100 mil militares russo-bielorrussos participam em exercícios conjuntos
- 16/09/2025
"Os exercícios decorreram em 41 campos de treino com a participação de 100 mil militares. Estão a ser utilizados e serão utilizados cerca de 10 mil sistemas de armamento e equipamento militar", declarou Vladimir Putin, em declarações transmitidas pela televisão russa.
Segundo as agências de notícias russas, nos exercícios militares participaram também contingentes do Irão, da Índia e do Bangladesh, bem como de países africanos.
"O grupo da coligação inclui grupos operacionais e contingentes militares das Forças Armadas do Bangladesh, da Bielorrússia, da Índia e do Irão. As Forças Armadas do Burkina Faso, do Congo e do Mali enviaram também grupos operacionais", referiram as mesmas agências, citando documentos do Kremlin (Presidência russa).
Putin, de uniforme militar, supervisionou a fase final das manobras estratégicas, que colocaram em alerta a NATO no flanco oriental.
Os exércitos da Rússia e da Bielorrússia encerraram hoje os exercícios em território russo, que decorreram desde um campo militar até às águas do Báltico e do mar de Barents.
Por esse motivo, o ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Khrenin, deslocou-se à Rússia para supervisionar "a fase ativa" dos exercícios.
O objetivo das atividades, iniciadas na passada sexta-feira, é coordenar as ações de diferentes tipos de unidades na defesa do Estado da União Rússia-Bielorrússia.
Tropas russas realizaram exercícios para travar o avanço inimigo com recurso a drones no enclave báltico de Kaliningrado, na fronteira com a Polónia, país que concentrou dezenas de milhares de efetivos na fronteira com a Bielorrússia após a incursão de aeronaves não tripuladas russas em espaço aéreo polaco há uma semana.
Depois de corrigido o fogo com base nas informações recebidas dos drones, tanques e artilharia bombardearam as potenciais posições inimigas.
Nas águas de Kaliningrado, corvetas, baterias costeiras e caças Su-30 dispararam também mísseis de cruzeiro contra "navios adversários".
No âmbito das Zapad-2025, bombardeiros Tu-160 realizaram durante quase quatro horas voos de patrulha sobre o mar de Barents e simularam o lançamento eletrónico de mísseis de cruzeiro.
As manobras, que puderam ser observadas na segunda-feira pelo adido militar dos Estados Unidos, incluíam no plano a simulação do uso de mísseis nucleares táticos e de mísseis balísticos Oreshnik.
"Quero lembrar as palavras do nosso Presidente, Vladimir Putin: a Rússia nunca ameaçou ninguém e também não ameaça agora os países da Europa", afirmou o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, em conferência de imprensa.
Entretanto, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, anunciou na passada sexta-feira o lançamento de uma nova iniciativa militar, designada Sentinela Oriental, destinada a reforçar a defesa do flanco leste da Aliança Atlântica.
Rutte, que assegurou que a nova atividade militar vai contar com meios de países como Dinamarca, França, Reino Unido, Alemanha e "outros", afirmou, a propósito da incursão aérea russa na Polónia.
Este incidente representou "a maior concentração de violações do espaço aéreo da NATO alguma vez registada", salientou Rutte, sublinhando que "o que aconteceu não foi um incidente isolado".
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