André Ventura entra na corrida a Belém: "Não desejei ser candidato"
- 16/09/2025
O presidente do Chega, André Ventura, anunciou, esta terça-feira, a candidatura à Presidência da República.
"Serei candidato às eleições presidenciais de 2026. Serei candidato porque entendo que nas circunstâncias a que nos condicionaram não temos outra forma a não ser derrotar o sistema também nestas eleições", anunciou, em conferência de imprensa na sede do Chega, em Lisboa.
Num discurso em que garante ter procurado outros nomes para avançar para Belém, Ventura reforçou: "Não desejei ser candidato".
"Tinha preferido que Pedro Passos Coelho fosse candidato a Presidente da República", admitiu, reforçando: "Estas eleições presidenciais não seriam o meu desejo, mas são a melhor forma de liderar a oposição em Portugal".
Apontando que o partido tem "de ter voz" nestas eleições, afirmou que o Chega "não pode olhar para o lado", e citou Francisco Sá Carneiro: "Toda a minha vida política foi feita e continua a ser feita dentro do que Sá Carneiro dizia: 'A política sem risco é uma chatice'".
"Acabar de vez com o bipartidarismo e enterrá-lo, como fizemos no dia 18 de maio, será a garantia que tomámos a opção certa para estas eleições presidenciais. Se formos à segunda volta, e mesmo que vençamos estas eleições presidenciais, significou o levantar de um movimento político que nunca se viu no nosso país, capaz de derrotar em poucos meses PS e PSD e capaz de remetê-los à insignificância das suas candidaturas", sustentou.
André Ventura considerou também que a decisão de se voltar a candidatar a Presidente da República representa "um enorme risco político" para o partido e para si, mas salientou que não vira "a cara à luta" e "o país está primeiro".
O presidente do Chega alegou também que "o sistema sempre quis uma candidatura fraca do Chega nestas eleições", mas garantiu que nunca permitirá que o partido "tenha candidaturas para perder ou fracas, independentemente da eleição".
"O sistema queria candidatos fracos para podermos apoiar, para dizer que o almirante Gouveia e Melo foi buscar o nosso eleitorado, que Marques Mendes afinal não era assim um candidato tão mau, ou que até os votos que o Partido Socialista transferiu para o Chega voltaram para António José Seguro", advogou.
Em críticas aos restantes candidatos a Belém, disse que quer que o país seja diferente "não com os Marques Mendes ou Almirantes desta vida, mas com políticos novos, diferentes, políticos que não foram abalroados pelos vícios que o sistema político transporta em si".
"Quando ouvi os três candidatos presidenciais dizerem que concordavam com o veto de Marcelo Rebelo de Sousa na lei dos estrangeiros, fiquei com uma certeza ainda maior: que este partido tinha de ter uma candidatura que dissesse 'não, não devemos vetar a lei dos estrangeiros, não devemos continuar a ter a porta a todos sem regras, a beneficiar de subsídios'", atirou, criticando depois as relações diplomáticas de Marcelo Rebelo de Sousa com líderes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Quanto a Henrique Gouveia e Melo, Ventura foi mais logo, dizendo enquanto se referia ao antigo militar: "Na verdade, não há nenhuma duplicidade nem nenhuma luta entre candidatos antissistema. Há um candidato antissistema e há um candidato que acontece de ser militar e que vai representar o espaço do socialismo e do centro político em Portugal".
"Nunca houve numa candidatura com esta dimensão a frase que tanto sentido fizesse, mas que levaremos até a 18 de janeiro: os portugueses primeiro", atirou.
[Notícia atualizada às 18h55]
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