As primeiras palavras do pai de Julia Wandelt: "Não é má, está doente"
- 09/11/2025
O pai de Julia Wandelt, considerada culpada de assediar a família McCann, disse que não vê a filha há quase um ano e que dessa vez achou que a jovem de 24 anos já tinha esquecido a ideia de que era Madeleine McCann, desaparecida no Algarve, em Portugal, em 2007.
"Quando a vi, há já algum tempo que não dizia que era a Madeleine McCann. Por isso, pensei que estava melhor, mas equivoquei-me", começou por dizer Jacek Wandelt numa entrevista ao tablóide britânico Dailymail.
E continuou: "Saímos para dar uma volta de carro e, tal como quando isto começou há uns anos, disse-me: 'Papá, amo-te. Mas, tu não és meu pai, eu sou a Madeleine McCann'. E eu disse-lhe: 'Eu sou teu pai, não és a Madeleine'". No entanto, não me deu ouvidos por muito que tenha tentado chamá-la à atenção".
Jacek Wandelt afirmou que a última vez que viu Julia, ela disse que tanto o pai como a mãe não eram os seus pais e que tinha sido sequestrada em Portugal.
"Perguntou-me o que estava a fazer em Portugal com a Dorota (a mãe da Julia) e eu disse-lhe que nunca tínhamos estado em Portugal e que devia deixar de dizer aquelas coisas. A Julia não é má, está doente e precisa de ajuda", salientou.
Jacek referiu ainda que "todos os dias" pensa na filha e que reza "para que se recupere". "Sei que os McCann perderam a sua filha e não têm ideia do que lhe aconteceu. Mas eu também perdi a minha".
Julia condenada a seis meses de prisão
A jovem polaca Julia Wandelt, recorde-se, foi condenada a seis meses de prisão no Reino Unido por assediar os pais de Madeleine McCann, desaparecida desde 2007, em Portugal.
Wandelt, de 24 anos, foi a julgamento por ter telefonado e escrito repetidamente a Kate e Gerry McCann entre junho de 2022 e fevereiro de 2025, e de se ter deslocado à residência da família em Rothley, perto de Leicester, centro de Inglaterra.
Os juízes classificaram a atuação de Wandelt como uma clara "campanha de assédio" contra Kate e Gerry McCann.
Em 2023, alegou na rede social Instagram ser a menina desaparecida, mas um teste de ADN provou que não tinha qualquer ligação com a família.
Após um julgamento de cinco semanas no tribunal criminal de Leicester, o júri absolveu Julia Wandelt da acusação de perseguição, que, na legislação britânica, corresponde ao ato de seguir alguém ou de se dirigir à sua casa de forma não solicitada e obsessiva, mas declarou-a culpada de assédio.
A jovem, que se declarou inocente, escondeu o rosto entre as mãos ao ouvir o veredito e chorou.
Por que acredita Julia que é Maddie?
Nos últimos dois anos, Julia alegava ser ela a menina que desapareceu no Algarve. Num dos seus testemunhos em tribunal, a jovem explicou quando e porque é que começaram a surgir as dúvidas quanto à sua própria identidade.
"A minha mãe tem cabelo e olhos castanhos. O meu pai tem cabelo escuro, agora grisalho, mas era escuro, e olhos castanhos também", disse Wandelt, que tem cabelo e olhos claros e cujas memórias, segundo a própria, só começaram a partir dos oito, nove anos.
Apesar de pedir para ver as suas fotografias de infância, durante vários anos, Wandelt disse que os seus pais sempre se recusaram a mostrar-lhe as imagens e numa altura em que começou a acreditar ser adotada e ter pedido para fazerem um teste de ADN, este também lhe foi recusado.
A jovem contou ainda em tribunal que foi abusada por um familiar idoso, e que o seu pai comentou com ela que esse homem, em tempos, chegou a raptar uma pessoa. Terá sido isto que levou à etapa seguinte da sua investigação: começar a verificar dados de base de pessoas desaparecidas, na procura por alguém com caraterísticas semelhantes às suas. E foi aí que encontrou a imagem de Maddie.
O que aconteceu a Maddie? Quem é o principal suspeito?
Madeleine McCann desapareceu durante uma estadia de férias, na companhia da família, na Praia da Luz, no Algarve, em 2007.
Em 2023, o alemão Christian Brückner foi constituído arguido pelo Ministério Público pelo desaparecimento da menina britânica. O nome do alemão surgiu pela primeira vez na lista de suspeitos no rapto em junho de 2020.
Segundo as autoridades, Brückner terá vivido no Algarve durante períodos entre 1995 e 2007 e registos telefónicos colocam-no na área da Praia da Luz no dia em que a criança inglesa desapareceu.
Leia Também: "Sei que me amas". As mensagens e o encontro de Wandelt com os McCann





.jpg)
























































