Assalto ao Louvre: Dois suspeitos indiciados este sábado, três libertados
- 02/11/2025
Duas das cinco pessoas detidas na passada quarta-feira por serem suspeitas de terem estado envolvidas no assalto ao Museu do Louvre, em Paris, França, foram formalmente acusadas, este sábado. As restantes três foram libertadas.
O primeiro suspeito, de 37 anos, já era "conhecido das autoridades judiciais, particularmente por furto", apontou a procuradora de Paris, Laure Beccuau, citada pelo Le Monde.
O indivíduo foi formalmente acusado pelos crimes de roubo organizado e de conspiração criminosa, encontrando-se em prisão preventiva a aguardar uma audiência "que ocorrerá nos próximos dias", de acordo com a mesma fonte.
Por seu turno, uma mulher de 38 anos foi indiciada por ser cúmplice do crime de roubo agravado e de conspiração para cometer um crime de roubo organizado, tendo também ficado em prisão preventiva, a pedido do Ministério Público.
Durante os interrogatórios, os dois suspeitos negaram estarem envolvidos no roubo do dia 19 de outubro, cujo valor estimado é de 88 milhões de euros.
As outras três pessoas detidas na quarta-feira foram libertadas agora libertadas.
Recorde-se que os dois suspeitos detidos na noite do passado sábado foram indiciados e ficaram em prisão preventiva na quarta-feira, sob acusações de roubo cometido por um grupo organizado e de conspiração criminosa. As autoridades acreditam que terá sido esta dupla a entrar na galeria Apollo.
A procuradora de Paris revelou, na altura, que um dos homens foi apanhado no Aeroporto Charles de Gaulle, alegadamente quando tentava embarcar num voo para a Argélia. Este cidadão argelino de 34 anos vivia em França desde 2010 e era conhecido pelas autoridades por infrações de trânsito. O segundo suspeito, de 39 anos, nasceu no subúrbio parisiense de Aubervilliers e já tinha condenações por roubo. De acordo com a responsável, o ADN da dupla foi encontrado numa vitrine e numa scooter usada na fuga.
Beccuau detalhou que, enquanto estavam sob custódia, os suspeitos "fizeram declarações mínimas em comparação com o que o processo parece demonstrar", mas "podem [fornecer] informações sobre como estes eventos se desenrolaram". Aliás, a procuradora esclareceu que as novas detenções "não têm nenhuma relação com as declarações" dos dois indivíduos acusados, mas "com outros elementos do processo", como provas de ADN, imagens de videovigilância e registos telefónicos. Contudo, entre os detidos está outro suspeito de integrar o grupo armado que cometeu o roubo.
As joias, que continuam desaparecidas, estão a ser procuradas pelo Escritório Central de Combate ao Tráfico de Bens Culturais (OCBC) em "vários mercados paralelos", tendo em conta que é improvável que surjam em mercados legais. Ainda assim, as autoridades acreditam que é possível que as joias possam "ser usadas para lavagem de dinheiro ou para tráfico dentro do mundo criminoso".
Recorde-se que, na manhã de quarta-feira, o chefe da Polícia de Paris, Patrice Faure, disse, perante senadores, que os sistemas envelhecidos e as demoras nas atualizações deixaram fragilidades no museu.
"Não foi dado um passo tecnológico necessário", afirmou, observando que partes da rede de videovigilância ainda são analógicas, o que produz imagens de menor qualidade e mais lentas na partilhar em tempo real.
Um projeto de modernização há muito prometido, avaliado em 79,7 milhões de euros e a exigir cerca de 60 quilómetros de novos cabos, "não estará concluído antes de 2029 ou 2030", adiantou.
Faure avançou também que a autorização do Louvre para operar as câmaras de segurança expirou em julho e não foi renovada - falha burocrática que muitos veem como símbolo de negligência generalizada, depois de os ladrões terem forçado uma janela da Galeria Apollo, cortado vitrinas com ferramentas elétricas e fugido com oito peças das joias da coroa francesa em poucos minutos, enquanto turistas ainda se encontravam no interior.
"Os agentes chegaram extremamente depressa", disse Faure, acrescentando, no entanto, que o atraso ocorreu antes: "entre a deteção inicial, a segurança do museu, a linha de emergência e o comando policial".
Segundo o responsável, o primeiro alerta às autoridades não veio dos alarmes do museu, mas de um ciclista no exterior, que ligou para o número de emergência após ver homens de capacete com uma plataforma elevatória.
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