Ataque em Bogotá: Dois ativistas venezuelanos de direitos humanos feridos
- 14/10/2025
De acordo com a Polícia Nacional, tratou-se de um "ataque de sicários [assassinos contratados]" no qual também ficou ferido Luis Alejandro Peche Arteaga, consultor político venezuelano.
Ambos foram transferidos para a Clínica Reina Sofía, onde se encontram fora de perigo, embora Velásquez tenha sido submetido a cirurgia, informou a Polícia.
A Defensoria del Pueblo (Provedoria da Justiça) indicou que Velásquez tinha-se deslocado àquela entidade para solicitar acompanhamento no seu processo de proteção internacional, depois de ter fugido da Venezuela por "perseguição derivada do seu trabalho na defesa dos direitos humanos".
"O povo venezuelano merece viver em paz e democracia. Enquanto se encontrarem em território colombiano, as pessoas migrantes e os refugiados devem ter o apoio e acompanhamento das autoridades, para garantia dos seus direitos", refere a instituição numa nota publicada na rede social X.
A agência instou o Ministério Público a realizar uma "investigação rápida e exaustiva que esclareça os fatos e adote medidas de proteção para as vítimas", reiterando a sua rejeição a todas as formas de violência, estigmatização ou discriminação contra aqueles que procuram refúgio e asilo na Colômbia.
Fontes policiais indicaram que ambos os cidadãos venezuelanos residem no país desde setembro de 2024, depois de terem deixado o seu país por serem alvo de perseguição política.
Diversas organizações da Venezuela exigiram na terça-feira ao Governo da Colômbia uma investigação sobre o atentado contra dois ativistas venezuelanos em Bogotá.
Na rede social X, a ONG Acesso à Justiça condenou o atentado, ocorrido no bairro de Cedritos, e solicitou ao Governo do presidente colombiano, Gustavo Petro, a abertura de "investigações pertinentes para identificar" os "responsáveis por este facto".
Já a organização não-governamental Provea exigiu "uma resposta do Governo de Petro" e uma "proteção urgente aos defensores venezuelanos em risco, muitos deles, destacou, presos num limbo migratório devido a entraves institucionais" da Migração Colômbia.
"O Estado colombiano" "tem a obrigação de garantir proteção efetiva a pessoas defensoras, requerentes de refúgio e em situação de especial vulnerabilidade", disse a Provea, que também pediu ao Ministério Público da Colômbia para "realizar uma investigação que permita esclarecer o ocorrido e dar medidas urgentes de proteção às vítimas".
O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) condenou "veementemente" o que qualificou como "atroz atentado a tiros" contra "dois venezuelanos assediados e ameaçados por exercerem o seu trabalho na Venezuela e que se viram obrigados a sair do país para preservar a sua integridade".
"Ambos têm processos migratórios abertos na Colômbia, onde solicitaram proteção internacional face à perseguição de que foram vítimas. Esperamos que ambos se recuperem e exigimos às autoridades colombianas uma investigação transparente, exaustiva e célere, que leve a punir os responsáveis", escreveu na X.
O Centro de Justiça e Paz (Cepaz), também através da X, rejeitou o atentado e afirmou que Velásquez "deixou a Venezuela à procura de segurança e hoje a violência volta a alcançá-lo".
Por sua vez, o partido opositor Vontade Popular (VP) exigiu ao presidente colombiano "uma investigação exaustiva e transparente sobre este crime". "Não se pode falar de paz no mundo sem antes garanti-la no próprio país", acrescentou.
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