Autoridades iranianas confirmam detenção da Nobel da Paz Narges Mohammadi
- 13/12/2025
"Esta detenção temporária foi realizada por ordem do Ministério Público e teve como motivo a expressão de 'slogans' que violavam as normas", declarou Hassan Hosseini, governador de Mexede, na província de Coração Razavi, no nordeste do Irão, próximo das fronteiras com o Afeganistão e com o Turquemenistão.
Citado pelo diário local Jorassan, Hosseini explicou que o Conselho de Segurança da cidade tinha previamente coordenado a presença destas pessoas no funeral de Khosrow Alikordi, advogado de direitos humanos encontrado morto na semana passada, realizado numa mesquita em Mexede, "sob o compromisso de realizar o evento num ambiente tranquilo".
No entanto, argumentou, "um grupo não respeitou esse ambiente e começou a entoar palavras de ordem fora da mesquita", pelo que o Ministério Público acabou por intervir, detendo Mohammadi e outras pessoas "para evitar problemas maiores" e com o objetivo de "proteger os próprios detidos".
"Outras fações poderiam ter reagido e provocado confrontos", acrescentou o governador.
Horas antes, a Fundação Narges, gerida pela família da Nobel desde Paris, tinha informado da sua detenção "violenta", juntamente com os ativistas Asadollah Fakhimi, Akbar Amini, Hasan Bagherinia e Abolfazl Abri.
Mohammadi proferiu um discurso no evento e entoou palavras de ordem como "Viva o Irão", segundo vídeos divulgados na conta pessoal na rede social X.
Outras imagens mostram os presentes a gritar 'slogans' contra a República Islâmica, incluindo "Morte ao ditador".
As famílias de Sepideh Qolian, Pouran Nazemi, Hasti Amiri e Aliyeh Motalebzadeh também confirmaram as respetivas detenções.
A laureada com o Nobel da Paz 2023 encontrava-se em liberdade condicional e, no final de novembro, denunciou publicamente que as autoridades iranianas lhe tinham proibido de forma "permanente" sair do país e que não lhe emitiam passaporte para poder visitar os seus dois filhos, que não vê há 11 anos.
Mohammadi, de 53 anos, encontra-se fora da prisão há um ano, quando foi libertada por motivos médicos. A ativista foi detida por 13 vezes, condenada em nove ocasiões e esteve encarcerada pela última vez em 2021.
Apesar das condenações e da prisão, a ativista de direitos humanos e direitos das mulheres tem continuado a denunciar as violações de direitos humanos no Irão, incluindo a aplicação da pena de morte e a violência contra mulheres que não usam o véu islâmico, o 'hijab'.
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