Banco central do Brasil mantém as taxas em 15% (estão em máximos)
- 18/09/2025
A decisão foi tomada face à expectativa de que a inflação em 2025 e em 2026 volte a situar-se acima das metas definidas pelo Banco Central do Brasil.
Trata-se da segunda vez consecutiva que o Comité de Política Monetária (Copom) do Banco Central opta por manter inalterada a taxa de referência, já que em junho também manteve em 15% após sete aumentos consecutivos iniciados em setembro de 2024, que elevaram o custo do dinheiro no Brasil ao seu maior nível desde 2006.
O Banco Central explicou, em comunicado, que a decisão de manter a política monetária restritiva deveu-se tanto às previsões de que a inflação continuará acima da meta como à "incerteza no ambiente externo devido à conjuntura da política económica nos Estados Unidos".
Segundo o organismo emissor, a volatilidade gerada por essa incerteza "exige particular cautela por parte dos países emergentes num ambiente marcado pela tensão geopolítica".
A instituição afirmou ainda estar preocupada com os efeitos das tarifas adicionais de 50% que os Estados Unidos impuseram à importação de grande parte dos produtos brasileiros e com a situação fiscal do país, com um défice público cada vez maior.
Por isso, concluiu, para garantir que a inflação convirja para a meta prevista, é necessária "uma política monetária em nível significativamente contracionista por um período bastante prolongado".
Apesar de a inflação continuar ter diminuído em agosto, (a taxa homóloga situou-se em 5,13%, o nível mais baixo em seis meses) ainda está bem acima da meta do Banco Central, que prevê encerrar 2025 com uma variação máxima de 4,50%.
Os economistas do mercado preveem que o Brasil terminará o ano com uma inflação de 4,83%.
A economia do Brasil, a maior da América Latina, cresceu 3,4% em 2024, e a última previsão do Governo é um crescimento 2,3% em 2025.
Para o Banco Central, no entanto, apesar de os indicadores de atividade económica mostrarem "certa moderação no crescimento, o mercado de trabalho ainda revela dinamismo".
O desemprego no trimestre terminado em julho situou-se em 5,6% da população ativa, o seu nível mais baixo desde 2012.
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