Berlim rejeita críticas à UE mas reconhece necessidade de reforçar segurança
- 09/12/2025
"Rejeitamos o tom em parte crítico contra a União Europeia. As liberdades políticas, incluindo o direito à liberdade de expressão, estão entre os valores fundamentais da União Europeia. Consideramos as acusações a este respeito mais ideológicas do que estratégicas", declarou o porta-voz adjunto do Governo alemão, Sebastian Hille.
Segundo Sebastian Hille, a Alemanha também discorda de vários pontos da análise geopolítica, particularmente em relação à Rússia, que não é classificada como uma ameaça no documento.
"Não partilhamos desta avaliação", disse, acrescentando que, para a Alemanha, está claro -- e esta é a análise consensual dos membros da NATO (Organização do Tratado Atlântico Norte, na sigla inglesa) -- que "a Rússia é a maior ameaça à paz, à liberdade e à estabilidade na Europa, e que o revisionismo militante da Rússia põe em perigo a segurança euro-atlântica no seu todo".
Sebastien Hille enfatizou que "a ameaça de segurança que representa a Rússia é evidente", pois Moscovo trouxe a guerra de novo à Europa com a sua agressão contra a Ucrânia.
O porta-voz adjunto do Governo alemão salientou, contudo, que, como parceiro e aliado próximo, a Alemanha trabalha com os Estados Unidos da América de forma coordenada e com confiança, tanto a nível bilateral como multilateral, especialmente no âmbito da NATO e em relação à Ucrânia.
"Perante os grandes desafios da política de segurança, a cooperação transatlântica é e continuará a ser de importância central para a nossa segurança comum", defendeu este responsável, reconhecendo que o Governo alemão partilha da análise dos EUA em muitos pontos, incluindo a ideia fundamental de que a Europa deve considerar a sua segurança de forma abrangente.
Neste sentido, o documento norte-americano reafirma esta abordagem que a Alemanha também promove fortemente de que "a Europa deve colocar-se rapidamente numa posição de garantir de forma significativa a sua própria segurança", o que implica eliminar as dependências unilaterais e diversificar, especificou.
A Administração norte-americana, liderada pelo presidente Donald Trump, divulgou na sexta-feira um documento que redefine a sua "Estratégia de Segurança Nacional".
Entre outros alvos da Administração norte-americana, estão as instituições europeias que alega minarem "a liberdade política e a soberania", as políticas migratórias, a "censura à liberdade de expressão e a repressão da oposição política, o colapso das taxas de natalidade e a perda das identidades nacionais e da autoconfiança" na Europa.
Na "Estratégia de Segurança Nacional", alerta-se para o perigo de "extinção civilizacional" da Europa, caso se mantenham as "tendências atuais".
"Se as tendências atuais continuarem, o continente [Europa] vai ficar irreconhecível dentro de 20 anos ou menos", lê-se no documento, de 33 páginas, analisado pela agência de notícias francesa AFP, onde é defendida a "restauração da supremacia" dos EUA na América Latina.
Trump, no prefácio, resume: "Pomos a América em primeiro lugar em tudo o que fazemos".
"É mais do que plausível que, em poucas décadas, no máximo, os membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, na sigla inglesa) se tornem predominantemente não europeus", escreveu, acrescentando que "é legítimo questionar se eles perceberão seu lugar no mundo ou sua aliança com os EUA, da mesma forma que aqueles que assinaram a carta da organização".
Washington manifesta o desejo de que "a Europa permaneça europeia, recupere sua autoconfiança civilizacional e abandone sua obsessão infrutífera com o sufoco regulatório".
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