Brasil regista maior redução de gases de efeito estufa em 16 anos
- 04/11/2025
 
Em 2024, o Brasil lançou para a atmosfera 2.145 milhões de toneladas de gases poluentes, contra 2.576 milhões em 2023, de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito de Estufa (SEEG), ferramenta criada pelo Observatório do Clima, a principal rede da sociedade civil dedicada à agenda climática no país.
A redução explica-se pela queda da desflorestação na Amazónia e no Cerrado, segundo o Observatório do Clima, um consórcio que reúne 119 grupos ambientalistas, entre os quais a Greenpeace, a WWF e a Conservação Internacional.
Em 2024, a diminuição da desflorestação e das queimadas nestes dois importantes biomas do país provocou uma redução de 32,5% nas emissões por alteração do uso do solo, a maior da história.
A maior queda das emissões registou-se no Pantanal, a maior zona húmida da América Latina, com uma descida de 66%, seguida do Cerrado, com uma melhoria de 41%, e da Amazónia, com 33%.
Apesar da redução, a devastação dos biomas brasileiros continua a ser o principal fator que faz do Brasil o quinto maior emissor de gases do planeta.
Mesmo com o dado positivo, o Brasil não deverá cumprir a sua meta climática nacional (NDC) para 2025, que consiste em limitar as emissões líquidas a 1.320 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente.
As estimativas apontam para emissões líquidas de 1.440 milhões até ao final do ano.
"A desflorestação diminui, mas todos os outros setores aumentam", afirmou David Tsai, coordenador do SEEG.
Nas vésperas da cimeira de líderes da COP30, que começará na próxima quinta-feira na cidade amazónica de Belém, a petrolífera estatal Petrobras obteve licença ambiental para explorar uma área próxima da foz do Amazonas, decisão que atraiu fortes críticas de várias organizações não-governamentais.
Segundo o relatório, ao promover a exploração de petróleo, o Governo brasileiro "atenta" contra o Acordo de Paris, já que a expansão da indústria fóssil é incompatível com a estabilização do aquecimento global em 1,5 °C, como recomenda o tratado climático.
"Encontramo-nos numa situação em que o Governo dá com uma mão e tira com a outra no que diz respeito ao clima. Por um lado, toma medidas adequadas para proteger as florestas e, com isso, reduz as emissões. Por outro, reforça a aposta no petróleo, o que agrava a crise climática e ameaça essas mesmas florestas", afirmou, em comunicado, o coordenador de políticas internacionais do Observatório do Clima, Cláudio Angelo.
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