Chefe da PSP suspeito em caso de violência doméstica contra família
- 16/09/2025
Um chefe da Polícia de Segurança Pública (PSP) no núcleo de violência doméstica é suspeito de ameaçar a mulher e os sogros de morte.
A informação é avançada pelo jornal Expresso, que diz ter tido acesso à acusação do Ministério Público (MP), onde são retratados vários instantes de agressões verbais, com recurso a ameaças violentas de morte.
"Cala-te! Vê lá se queres ficar com a tromba cheia de sangue", "Esta casa vai ser a casa dos horrores", "És uma burra, não serves rigorosamente para nada", "Este é um sítio que não deixa marcas" - são apenas algumas das coisas que o marido da vítima (uma advogada) lhe terá dito ao longo de uma década de agressões, tanto antes como depois de o casal ter um filho.
"Quero-te a ti e ao menino em casa esta noite. Ou vens ou isto não corre bem! Eu mato-vos! É melhor que fujam, porque vou-vos matar!”
A esposa não terá sido a única vítima deste agente da PSP. Os sogros estariam também a viver "num clima de terror", constantemente a questionar se as ameaças do suspeito se viriam a concretizar um dia, escreve a mesma publicação.
A alegada vítima terá chegado a fugir para a casa dos pais ou mesmo ficado a dormir em hotéis, mas acabava sempre por regressar, após o marido a bombardear com mensagens agressivas e ameaçadoras: "Tu e a tua família. Só merda. Tresandam ao longe. No outro dia sonhei que vos regava com gasolina. Vocês a suplicar pela vida."
Houve ainda ocasiões em que o homem chegou a gabar-se à família que ameaçava que era amigo de procuradores do Ministério Público, numa tentativa de dissuadir qualquer tipo de queixas.
Ainda assim a vítima ganhou coragem, após um episódio de agressão, e dirigiu-se a uma esquadra onde relatou o que tinha acontecido.
No dia seguinte, a polícia estava na sua casa, pronta para apreender as armas do suspeito, também ele agente da mesma autoridade. Na altura, o homem encontrava-se de baixa psiquiátrica. O suspeito ter-se-á recusado a entregar a arma e ainda terá dito à esposa: "Mesmo que levem as armas, existem sempre as armas brancas, as facas".
O incidente terá também espoletado ameaças mais graves, em que o homem dizia que se ia suicidar, após tirar a vida à mulher: "Vou-me matar, mas não vou sozinho".
O suspeito foi constituído arguido pelo MP esta segunda-feira, dia 15 de setembro, e acusado de violência doméstica, nove crimes de ameaça, três crimes de introdução em lugar vedado ao público e um crime de ofensa à integridade física.
Neste momento, o homem encontra-se em prisão domiciliária e com pulseira eletrónica.
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