China endurece disciplina militar após purgas e casos de corrupção no Exército
- 01/12/2025
A revisão normativa entra em vigor em 2026 e chega após um ano de purgas, em que foram expulsos altos comandos, incluindo um ex-vice-presidente do órgão, por suspeita de corrupção.
O Diário do Exército Popular de Libertação (EPL, Exército chinês) anunciou através da sua conta na plataforma Wechat - semelhante ao Whatsapp, censurado na China - que as disposições suplementares atualizam o quadro interno para a aplicação do regulamento disciplinar do Partido Comunista Chinês (PCC) nas Forças Armadas.
A publicação militar não disponibiliza o texto integral das alterações normativas, nem detalha casos concretos que motivaram as mesmas.
De acordo com a nota oficial, as novas regras colocam a "disciplina política" como prioridade absoluta e incluem sanções por "comentários inadequados", falhas na aplicação do sistema de responsabilidade do presidente da Comissão Militar Central, Xi Jinping, e deficiências na execução de ordens.
O documento também menciona medidas contra irregularidades em áreas sensíveis, como contratações, promoções, atividades lucrativas e uso de recursos, bem como condutas que vão desde banquetes inadequados até ao formalismo e burocracia.
Outra novidade destacada é o reforço dos controlos relacionados com a preparação para o combate, com especial atenção à manipulação de dados nas avaliações da capacidade militar, um aspeto sobre o qual Pequim não ofereceu exemplos concretos, mas que tem sido alvo de críticas internas nos últimos meses.
A Comissão Militar Central sustenta que o novo pacote disciplinar visa "dar força" às normas existentes, embora, por enquanto, não tenha sido publicado o conteúdo completo do articulado nem o alcance das sanções previstas.
A revisão surge num contexto de escrutínio excecional sobre o EPL. Em outubro, as autoridades expulsaram do Partido e do Exército nove altos comandantes, entre eles o general He Weidong, ex-vice-presidente da Comissão Militar Central, e o almirante Miao Hua, ambos investigados por suspeita de corrupção.
A Força de Foguetes, responsável pelo arsenal nuclear, foi especialmente afetada por sanções e suspensões de especialistas e fornecedores, após a deteção de irregularidades nos processos de contratação.
O Presidente chinês, Xi Jinping, vem a defender desde 2023, a intensificação da "auto-revolução" dentro das forças armadas e a ligação entre a limpeza interna e a capacidade de combate.
Artigos recentes na imprensa militar têm pedido aos quadros que "digam a verdade" e evitem encobrimentos, em paralelo com diretrizes que visam restringir redes informais de influência.
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