Códigos QR que prometem "vídeo do ex" têm 1.500 visualizações em 24 horas
- 24/11/2025
"Tu brincaste comigo, agora que se divirtam os outros." Era esta a frase que estava escrita nas dezenas de cartazes espalhados pelo município de Zamora, em Castela e Leão. Por baixo vinha uma imagem desfocada do que parecia ser um sofá e um código QR.
A mensagem ambígua insinuava que, se aberto, aquele código iria para um vídeo de cariz sexual partilhado, aparentemente, sem o consentimento de uma das partes. Ao digitalizar-se o código, surgia o site: O Vídeo do meu Ex.
Lá, aparece um vídeo - e apenas um vídeo. Mas se clicar, o que começa a dar não são imagens de cariz sexual, mas sim um alerta do próprio município para a violência contra mulheres.
Em vez das imagens íntimas, são partilhadas estatísticas, de forma a sensibilizar a população para um tipo de crime que tem vindo a crescer, a nível mundial, nos últimos anos: nove em cada dez vítimas de partilha não consensual de imagens íntimas são mulheres e 73% da população feminina já sofreu violência digital.
O vídeo alerta ainda que "mesmo inconscientemente ver ou partilhar vídeos íntimos sem consentimento também é machismo e aumenta a violência contra mulheres".
Dos cartazes ao vídeo, toda a operação faz parte de uma campanha da Câmara Municipal de Zamora no âmbito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se assinala dia 25 de novembro.
Nas redes sociais, a autarquia explica: "Esta ação faz parte da campanha do 25-N da Câmara Municipal de Zamora. Uma campanha que visa analisar e tornar visível a violência machista no ambiente digital, um fenómeno que as autoridades consideram cada vez mais preocupante".
O objetivo, acrescentam, era "observar como os cidadãos reagiam a conteúdos que reproduzem" estes incidentes "especialmente aqueles que apelam à curiosidade mórbida ou ao consumo de material íntimo sem consentimento".
Nas primeiras 24 horas da exposição dos cartazes, o site foi acedido 1.454 vezes, ou seja, quase 1.500 pessoas Mas houve também quem, ao aperceber-se do que poderia estar em causa, tenha alertado as forças de segurança sobre a possibilidade de estar a ocorrer um crime e muitos dos cartazes desapareceram das ruas.
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