Combates entre Tailândia e Camboja prosseguem junto à fronteira
- 14/12/2025
As hostilidades, que eclodiram em 07 de dezembro, causaram até agora, pelo menos, 33 mortes e mais de 200 feridos, para além de cerca de 800 mil deslocados de ambos os lados da fronteira.
Os dois países acusam-se reciprocamente de terem desencadeado as hostilidades e de atacarem civis. Na passada sexta-feira, Donald Trump afirmou que os líderes dos dois países haviam concordado com um cessar-fogo após um telefonema seu, mas o Governo tailandês negou esse compromisso e os combates continuaram este sábado e prolongam-se hoje.
De acordo com o porta-voz do ministério tailandês da Defesa, Surasant Kongsiri, o Camboja bombardeou várias províncias fronteiriças no sábado à noite e hoje. Já a homóloga cambojana, Maly Socheata, acusou as forças tailandesas de continuarem a bombardear e a disparar morteiros em zonas próximas da fronteira desde as zero horas de domingo.
O Camboja fechou as fronteiras terrestres com a Tailândia este sábado, deixando milhares de pessoas retidas nos dois lados da fronteira. A decisão, segundo Phnom Penh, visa proteger os civis --- entre eles estrangeiros de várias nacionalidades, que não puderam atravessar a fronteira para a Tailândia --- dos riscos associados aos confrontos militares, que na última semana incluíram o uso de caças e fogo de artilharia ao longo da fronteira, de cerca de 820 quilómetros.
O Camboja pediu aos seus cidadãos que vivem na Tailândia e aos tailandeses que esperavam retornar ao seu país que permaneçam onde estão "até que o cessar-fogo seja totalmente aplicado".
A Tailândia, por sua vez, manifestou preocupação com esta decisão de Phnom Penh, especialmente porque esperava o retorno no sábado de cerca de 7.000 tailandeses que aguardam há dias na fronteira para entrar no país e que agora estão proibidos de a cruzar por terra.
"Estas ações violam numerosas disposições do direito internacional que, por nossa parte, a Tailândia respeita. Garanto que os cambojanos e outros cidadãos estrangeiros que vivem na Tailândia receberão assistência, de acordo com o direito internacional", disse hoje numa conferência de imprensa o porta-voz adjunto do ministério tailandês dos Negócios Estrangeiro, Maratee Nalita Andamo.
A Tailândia e o Camboja disputam a soberania de territórios onde se encontram templos do Império Khmer ao longo de fronteira de cerca de 820 quilómetros, traçada no início do século XX durante o período colonial francês.
Em julho deste ano, um primeiro episódio de violência causou 43 mortes em cinco dias e levou cerca de 300.000 pessoas a deixarem as casas nas zonas próximas da fronteira comum, antes de um cessar-fogo sob a égide dos Estados Unidos, da China e da Malásia.
Os dois países assinaram depois um acordo de cessar-fogo em 26 de outubro, sob a égide de Donald Trump, que Banguecoque suspendeu algumas semanas depois, após a explosão de uma mina que feriu vários dos seus soldados, e que a Tailândia acusa ter sido instalada depois do cessar-fogo.
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