Cyril Ramaphosa afirma que a declaração final reflete a força do G20
- 24/11/2025
"A declaração dos líderes da cimeira do G20 da África do Sul é mais do que palavras. É um compromisso com ações concretas que melhorarão a vida das pessoas em todas as partes do mundo", destacou Cyril Ramaphosa perante o plenário no seu discurso de encerramento do encontro, que decorreu no fim de semana no Centro de Exposições Nasrec, em Joanesburgo.
Os líderes adotaram a declaração no início de sábado, numa mudança de agenda de última hora --- o documento costuma ser aprovado no final do encontro ---, apesar da rejeição da Argentina por "discrepâncias" com o texto e das pressões da Casa Branca sobre a África do Sul para que não aprovasse uma declaração dos líderes na ausência de uma delegação norte-americana.
Ramaphosa assegurou que o texto reafirma um "compromisso renovado" com a cooperação multilateral e o reconhecimento de que os objetivos comuns dos países do G20 superam as suas "diferenças".
O documento defende a "cooperação multilateral" e inclui resoluções sobre alterações climáticas, minerais críticos, sustentabilidade da dívida e o compromisso de trabalhar pela paz em conflitos, de acordo com a Carta das Nações Unidas.
"Lançámos as bases da solidariedade, agora temos de construir as paredes da justiça e o telhado da prosperidade", salientou o líder sul-africano, que encerrou formalmente a cimeira de líderes e anunciou a transferência da presidência rotativa do G20, que será assumida pelos Estados Unidos no próximo dia 01 de dezembro.
A cerimónia de transferência, no entanto, não ocorrerá hoje, como é habitual no encerramento da cimeira, mas nos próximos dias no Ministério das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, devido ao baixo escalão do funcionário designado por Washington para receber o testemunho.
Fazendo um balanço do seu mandato perante os líderes, Ramaphosa reiterou as prioridades da presidência sul-africana: fortalecer a resiliência e a resposta a desastres, garantir a sustentabilidade da dívida em países de baixa renda, mobilizar financiamento para uma transição energética justa e aproveitar o potencial dos minerais críticos para promover um crescimento inclusivo.
O presidente sul-africano afirmou que as discussões avançaram em todos esses temas.
Ramaphosa destacou também que a África do Sul aproveitou esta presidência para colocar as prioridades da África e do sul global no centro da agenda do G20, com atenção aos temas abordados pelas presidências anteriores da Indonésia (2022), Índia (2023) e Brasil (2024) e às questões que "mais importam para as economias em desenvolvimento".
Na sua intervenção, o líder africano assinalou ainda que, por ter sido a primeira cúpula do G20 na África, a presidência sul-africana procurou colocar sobre a mesa de negociações os interesses de crescimento e desenvolvimento do continente.
"No centro da maior oportunidade de prosperidade do século XXI está a África. Essa oportunidade exigirá uma forte parceria entre a África e o G20 e, na verdade, entre a África e o resto do mundo", enfatizou.
Cerca de quarenta líderes, incluindo os do G20 e de países convidados, como Espanha, participaram na cimeira, que, apesar do consenso, foi marcada pelas ausências notórias, por diferentes motivos, dos presidentes dos EUA, Donald Trump, da China, Xi Jinping, da Argentina, Javier Milei, da Rússia, Vladimir Putin e do México, Claudia Sheinbaum.
Leia Também: Lula defende reforço da cooperação entre Brasil, Índia e África do Sul





.jpg)






















































