Daniel Chapo considera Portugal um "amigo" de Moçambique
- 08/12/2025
"Ninguém desenvolve sozinho, precisamos de amigos. E Portugal é um desses países amigos que vai continuar a estabelecer relações económicas com Moçambique e com a criação de emprego, gerar renda para as famílias moçambicanas", disse Chapo, num encontro no Porto com a comunidade moçambicana residente em Portugal que juntou mais de uma centena de pessoas.
O chefe de Estado está no Porto para uma visita de trabalho que envolve, na terça-feira, a sexta Cimeira Bilateral Portugal -- Moçambique, bem como um fórum de negócios entre os dois países, com cerca de 500 participantes, que, disse, será "muito importante".
"Também aos nossos irmãos moçambicanos, que podem investir em Portugal", defendeu, sobre a importância deste fórum.
Acrescentou que a cimeira -- a última foi em Maputo, em 2022 -- acontece "num ano tão especial para Moçambique", de comemoração dos 50 anos da independência, e pretende reforçar as relações entre os dois países.
"Moçambique e Portugal são dois países irmãos, unidos não só pela língua mas pelos laços de familiaridade, entre países mas também entre pessoas", disse Chapo, acrescentando: "Estão a nascer famílias que fazem com que nós sejamos dois países, famílias para sempre".
"O nosso objetivo nesta visita é reforçar cada vez mais as nossas relações de amizade e cooperação com Portugal, entre Portugal e Moçambique", insistiu.
Segundo os dados apresentados no evento, as últimas estatísticas oficiais, deste ano, indicam que 13.704 moçambicanos vivem em Portugal, dos quais 4.673 com residência regularizada.
A comunidade moçambicana presente no encontrou recordou tratar-se da primeira visita ao Porto de um Presidente de Moçambique em 26 anos, depois da inauguração do consulado na cidade pelo então chefe de Estado Joaquim Chissano.
Ao Presidente moçambicano a comunidade admitiu dificuldades em Portugal no "reconhecimento de qualificações", no acesso a oportunidades e pela "burocracia expressiva".
A implementação de uma Casa da Cultura de Moçambique em Portugal, para receber espetáculos e celebrações, "em vez de hotéis a preços elevados", foi um dos pedidos da comunidade a Daniel Chapo, bem como a disponibilização de "mais bolsas de estudo" para as universidades portuguesas, incluindo em áreas de saúde, aviação civil, defesa e jornalismo.
Pediram igualmente melhorias no sistema de justiça em Moçambique, um sistema eleitoral "transparente" e mais cidadãos moçambicanos a explorarem os recursos naturais.
Na resposta, Daniel Chapo garantiu o envio de equipas de Moçambique para reforçar a emissão de documentos nos consulados em Portugal, incluindo com a emissão de cartas de condução moçambicanas, outra das necessidades identificadas pela comunidade.
Explicou, novamente, o objetivo de lançar ao longo deste mandato os "alicerces para a independência económica", recorrendo aos recursos resultantes da exportação de gás natural, em que já é um dos maiores produtores em África, "mas não totalmente dependente" e sim diversificando com aposta no turismo e agricultura.
"Não podemos transformar esta bênção numa maldição. Temos de transformar esta bênção numa verdadeira bênção, para todos os moçambicanos", disse Chapo.
Moçambique e Portugal preveem assinar um número "recorde" de instrumentos jurídicos para reforçar a cooperação entre os dois Estados na cimeira bilateral de terça-feira, no Porto, disse antes deste encontro a ministra dos Negócios Estrangeiros moçambicana, Maria Manuela Lucas.
"Acho que vai ser o recorde. Portugal dizia que o recorde que já tiveram foi com o Brasil. Mas acho que com Moçambique vamos ter um recorde. Acho que eles com o Brasil foram até 19 acordos. Acho que nós temos cerca de 21 acordos. Há alguns que ainda estão a ser afinados", disse a chefe da diplomacia moçambicana, aos jornalistas.
A sexta Cimeira Portugal Moçambique vai decorrer na terça-feira, no Porto, com a presença do Presidente moçambicano, Daniel Chapo, e do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, além de cerca de duas dezenas de membros dos dois governos.
Os instrumentos jurídicos a rubricar, incluindo acordos de cooperação e memorandos de entendimento, envolvem os dois Estados diretamente, mas também empresas públicas dos dois países.
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