Desaparecido durante 6 meses em França é encontrado... debaixo da cama
- 24/11/2025
O alerta surgiu no final de fevereiro, quando Jean-Louis já não dava notícias há mais de uma semana.
Foram os amigos do homem de 73 anos que, preocupados, decidiram ligar para o seu irmão Pierre e alertá-lo de que já não falavam com Jean-Louis desde o dia 19 desse mesmo mês, após ele não ter marcado presença na reunião do clube de radioamadores de Lyon, em França.
Pierre mora a mais de duas horas da cidade francesa, mas decidiu fazer a viagem para se certificar que o irmão estava bem. Quando chegou ao apartamento de Jean-Louis já lá estavam os bombeiros, que, entretanto, tinham também sido alertados para a situação.
Revistado o apartamento, nem as autoridades nem Pierre encontraram algo suspeito.
"O apartamento estava um caos: o meu irmão tinha o hábito de nunca mandar nada fora", disse ao Le Progrès. Jean-Louis tinha um transtorno comportamental chamado Síndrome de Diógenes, que se caracteriza por negligência extrema de cuidados pessoais, isolamento social e pelo acumular de objetos sem valor.
No entanto, no meio do apartamento desarrumado, Pierre encontrou a gata do irmão: "A coitada estava faminta. Devia estar escondida".
De Jean-Louis não havia sinal. E, numa segunda busca à sua residência, os bombeiros continuaram sem encontrar o homem - que nos seis meses seguintes permaneceu como desaparecido.
Jean-Louis foi encontrado em julho debaixo da própria cama
Pierre partiu e regressou à sua casa em Drôme sem saber o que teria acontecido ao irmão. Foi só em julho que regressou a Lyon e ao apartamento de Jean-Louis, após receber queixas dos vizinhos: um odor nauseabundo estava a sair da casa do homem.
Ao chegar, Pierre seguiu o cheiro até ao quarto. "Puxei a cama, que estava perto de uma estante caída. Foi aí que vi duas pernas no chão", contou, asseverando que, nesse momento, teve a certeza de que o corpo no chão pertencia ao seu irmão.
Pierre voltou a ligar para os bombeiros, que, num primeiro momento, não acreditaram no alerta.
"Disseram-me friamente que era impossível por não tinham visto nada. Fiquei furioso", confessou. "Voltaram lá, limparam tudo e disseram-me que o meu irmão tinha morrido. Isso já eu sabia!", contou ainda indignado com a situação.
Autoridades dizem que buscas foram "difíceis" devido ao estado do apartamento
Pierre questiona-se ainda hoje se o irmão ainda estaria vivo quando as autoridades entraram pela primeira vez no seu apartamento e se, caso as buscas tivessem sido mais minuciosas, se Jean-Louis poderia ter recuperado e ficado bem.
"Queria que tivessem sido mais diligentes. Que houvesse mais seriedade nas buscas, menos frivolidade", admitiu Pierre.
O funeral de Jean-Louis só viria a ocorrer outros dois meses depois de o seu corpo ser encontrado, a 2 de setembro. Até hoje, Pierre ainda espera o resultado da autópsia do seu irmão que, já idoso, tinha "sofrido duas embolias pulmonares" antes de morrer.
O caso foi denunciado à procuradoria de Lyon pela Associação para Assistência e Procura de Pessoas Desaparecidas (ARPD). As autoridades, em defesa, alegam que o Síndrome de Diógenes leva a que "buscas exaustivas" por pessoas que sofram este transtorno sejam particularmente complicadas.
"As investigações policiais em apartamentos onde essas pessoas residem são muito difíceis", devido ao estado de desarrumação em que, muitas vezes, se encontram - e como, aliás, era o caso nesta situação.
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