Desenho de Miguel Ângelo para a Capela Sistina foi descoberto e vai a leilão
- 24/11/2025
Uma especialista do departamento de Desenhos de Mestres Antigos da Christie's, Giada Damen, identificou um estudo original do pintor italiano renascentista Miguel Ângelo (1475-1564) destinado ao teto da Capela Sistina após receber uma fotografia enviada por um proprietário anónimo para o portal de pedidos de avaliação, revelou hoje a leiloeira em comunicado.
O desenho, realizado a giz vermelho, é um estudo para o pé direito da Sibilia Líbia, figura situada na extremidade oriental do teto da Capela Sistina.
Segundo a Christie's, este estudo recém-identificado é o primeiro desenho não registado para o teto da Capela Sistina a chegar a leilão e um dos cerca de dez desenhos de Miguel Ângelo que permanecem em mãos privadas.
Dos aproximadamente 600 desenhos do artista que sobreviveram, apenas cerca de 50 se relacionam com a Capela Sistina.
A obra será apresentada no leilão de Desenhos de Mestres Antigos da Christie's, em Nova Iorque, no dia 05 de fevereiro de 2026, com uma estimativa entre 1,5 e dois milhões de dólares.
Antes disso, estará em exibição pública nas galerias da leiloeira em Nova Iorque, em fevereiro, e na sede de Londres, entre 27 de novembro e 02 de dezembro de 2025.
A descoberta ocorreu quando o proprietário, residente na costa oeste dos Estados Unidos, enviou fotografias do desenho herdado da avó.
Giada Damen deslocou-se para o examinar, levou-o depois para Nova Iorque e iniciou seis meses de investigação, que incluíram uma refletografia de infravermelhos que revelou desenhos no verso da folha.
Estes desenhos, que não estavam visíveis por a folha estar colada a outro suporte, revelaram-se compatíveis com trabalhos de um artista italiano do século XVI próximo de Miguel Ângelo.
Posteriormente, Giada Damen identificou semelhanças com um desenho do Metropolitan Museum of Art e verificou que uma cópia existente nas galerias Uffizi incluía o mesmo estudo do pé.
A comparação direta com o desenho do Metropolitan Museum confirmou que ambos os estudos foram executados pela mesma mão e no mesmo momento.
A obra apresenta ainda uma inscrição em tinta castanha -- "Michelangelo Bona Roti" - igual à presente em vários desenhos do artista, permitindo traçar a sua passagem desde o círculo de Miguel Ângelo no século XVI até uma coleção italiana do século XVII.
No século XVIII, integrou a coleção de Armand Louis de Mestral de Saint-Saphorin e foi posteriormente transmitida até ao atual proprietário.
Giada Damen afirmou que esta descoberta foi "uma oportunidade única" e agradeceu ao proprietário e aos especialistas internacionais consultados, que confirmaram unanimemente a atribuição a Miguel Ângelo.
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