Dinamarca compensa mulheres da Gronelândia obrigadas a usar contraceção
- 11/12/2025
O Ministério da Saúde dinamarquês afirmou hoje que as mulheres que receberam contracetivos sem o seu conhecimento ou consentimento entre 1960 e 1991 poderão solicitar pagamentos individuais de 300.000 coroas dinamarquesas (cerca de 39.462 euros) a partir de abril do próximo ano.
O número de mulheres que poderá ter direito a esta compensação estima-se que ronde as 4.500.
A Gronelândia é um território semi-autónomo da Dinamarca.
A estas mulheres, muitos delas adolescentes na altura, foram colocados dispositivos intrauterinos contracetivos, conhecidos como DIU ou espirais, ou foi-lhes dada uma injeção hormonal de controlo de natalidade --- tudo sem receber qualquer informação sobre o que lhes fizeram ou sem o seu consentimento.
"O caso do DIU é um capítulo negro na nossa história comum. Teve consequências significativas para as mulheres gronelandesas, que sofreram danos tanto físicos como psicológicos", disse a Ministra da Saúde, Sophie Lohde em comunicado.
"Infelizmente, não podemos remover a dor das mulheres, mas a compensação ajuda a reconhecer e a pedir desculpa pelas experiências por que passaram", acrescentou.
As mulheres podem solicitar a indemnização a que têm direito até junho de 2028.
Uma investigação independente, publicada em setembro, constatou que mais de 350 mulheres e meninas indígenas da Gronelândia, incluindo algumas com 12 anos ou menos, relataram que lhes foi administrada contraceção à força pelas autoridades de saúde --- embora se acredite que mais de 4.000 mulheres e meninas tenham sido afetadas.





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