.jpg)
Diplomacia iraniana e francesa discutem nuclear na quarta-feira em Paris
- 25/11/2025
"No seguimento dos contactos mantidos nos últimos meses com as autoridades iranianas sobre o programa nuclear do Irão, as questões regionais e os nossos dossiês bilaterais, [...] Araghchi deslocar-se-á a França na quarta-feira e reunir-se-á com o ministro", pormenorizou o Ministério, precisando que será uma oportunidade para novo apelo à retoma da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Em discussão estará também a situação dos dois cidadãos franceses atualmente refugiados na embaixada de França no Irão.
A 13 de junho, Israel lançou um ataque surpresa de uma dimensão inédita contra instalações estratégicas no Irão, matando dezenas de altos responsáveis iranianos e cientistas nucleares.
Os bombardeamentos desencadearam uma guerra de 12 dias entre os dois países, em que os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares iranianas.
Na sequência dos ataques, o Irão suspendeu a cooperação com a AIEA e restringiu o acesso dos seus inspetores aos locais atingidos, acusando o organismo da ONU de não ter condenado os ataques contra as suas instalações nucleares.
O encontro entre os dois ministros na quarta-feira "será para nós uma oportunidade de apelar ao Irão ao respeito das suas obrigações perante a AIEA e a uma rápida retoma da cooperação com a agência", precisou o ministério francês.
A reunião ocorre após a AIEA ter aprovado, quinta-feira passada, uma resolução em que apela ao Irão para cooperar "plenamente e sem demora", dando, paralelamente, as "informações e o acesso" às instalações nucleares solicitados pela Agência.
No dia seguinte, numa entrevista à revista britânica The Economist, Araghchi defendeu ser necessária uma nova abordagem para permitir a inspeção dos locais nucleares iranianos bombardeados em junho passado,
Em outubro, à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, decorreram discussões entre o Irão e o grupo E3 (França, Alemanha, Reino Unido) na tentativa de encontrar um acordo para enquadrar o programa nuclear iraniano.
No entanto, as reuniões não permitiram ultrapassar o impasse, tendo o Conselho de Segurança aprovado uma resolução que prevê o regresso das sanções contra o Irão.
Além da questão nuclear, os dois ministros abordarão o caso de Cécile Kohler e Jacques Paris, libertados da prisão em 28 de outubro após três anos e meio de detenção no Irão, mas que se encontram atualmente na embaixada de França no Irão, aguardando autorização para deixar o território iraniano.
"Embora saudemos a sua libertação, continuaremos a exigir o rápido regresso a França de Cécile Kohler e Jacques Paris", sublinhou na segunda-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
Cécile Kohler, uma professora de Literatura de 40 anos, e o companheiro, Jacques Paris, 70, foram libertados, segundo Araghchi por "clemência islâmica", depois de terem estado três anos na prisão no Irão sob a acusação de espionagem.
Kohler e Paris estavam detidos no Irão desde 07 de maio de 2022, o último dia de uma viagem turística ao país, e encontram-se na embaixada francesa em Teerão.
Leia Também: França exige cláusulas de salvaguarda para aprovar acordo UE-Mercosul
