Economista alerta: Venezuela à beira de nova hiperinflação
- 12/11/2025
"Quero alertar os venezuelanos sobre um problema muito grave de inflação, descontrolo monetário e taxa de câmbio que está a ocorrer na Venezuela. Em comparação com 10 de novembro de 2024, o preço do dólar aumentou mais de 400% e este ano pode fechar com uma inflação perto de 500%", afirma em uma mensagem divulgada no Instagram.
Responsável pelo Observatório Venezuelano de Finanças, José Guerra sublinha, na mesma plataforma que "o que está a acontecer não é qualquer coisa" e acusa o Governo "de estar distraído ou fazendo que as pessoas se distraiam" com a movimentação do porta-aviões Gerald Ford e a marinha norte-americana a movimentar-se pelas Caraíbas, "escondendo o problema dos venezuelanos".
"Estamos a repetir a experiência de 2016 e 2017, quando os preços dispararam. Naquela época, havia escassez e não se conseguia encontrar os produtos. Agora há produtos, mas são muito caros", frisou.
O economista insiste que há "um verdadeiro caos monetário" na Venezuela, país onde quando as pessoas vão pagar, cobram-lhes à cotação mais alta do dólar mais caro, ou a preço do euro, numa média entre o valor oficial do dólar no mercado legal e no negro ou paralelo.
José Guerra questiona ainda o silêncio do Banco Central da Venezuela que desde há vários meses não divulga os dados oficiais sobre a inflação no país e divulga alguns números sobre a subida do local do dólar e da inflação, sublinhando que "os preços estão fora de controlo porque o valor cambiar está fora de controlo".
Por outro lado, Italo Atencio, presidente da Associação Nacional de Supermercados e Auto-serviços (ANSA), alertou hoje que os supermercados do país estão abastecidos, mas os venezuelanos mudaram os hábitos, estando a reduzir a quantidade de produtos que colocam nos seus carrinhos de compras.
"Já não existe o mercado [compra] mensal nem quinzenal", disse no encerramento do fórum Radiografia do Retalho à Venezuelana, que reuniu mais de 300 empresários num hotel do leste de Caracas.
Explicou que os clientes agora vão ao supermercado duas ou três vezes por semana e fazem compras que variam entre o equivalente a entre 7 e 20 euros, dependendo do tamanho do estabelecimento e do poder aquisitivo.
Exemplificou que em uma loja de 200 metros quadrados localizada em áreas populares, a média mal ultrapassa os 7 euros por compra. Também que em um estabelecimento médio de 1.000 metros em setores de classe média chega a 16 euros por cliente.
Nas lojas grandes, os valores podem ser superiores aos 20 euros por ticket.
Na Venezuela residem uns 600 mil portugueses, 1,2 milhões de pessoas incluindo os lusodescendentes.
A comunidade lusa local possui algumas das mais importantes redes de supermercados.
Empresários portugueses de várias regiões do país, reativaram, recentemente a Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio Indústria, Turismo e Afins, que estava paralisada desde 2019, desde a pandemia da covid-19.
Leia Também: Partido Comunista da Venezuela quer repetição de eleições presidenciais





.jpg)





















































