Encontro entre EUA e Rússia termina sem "qualquer acordo", mas foi "útil"
- 03/12/2025
As negociações entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o enviado especial da presidência dos Estados Unidos, Steve Witkoff, no Kremlin, foram concluídas, avança o jornal russo Kommersant. A reunião, que começou atrasada, durou quase cinco horas.
No entanto, "não foi alcançado qualquer acordo" sobre os territórios ocupados na Ucrânia, adiantou o Kremlin. "Ainda não foi escolhida nenhuma solução de compromisso (sobre os territórios), mas algumas propostas americanas podem ser discutidas", adiantou o conselheiro diplomático russo, Yuri Ushakov, em declarações aos jornalistas, incluindo a agência France-Presse (AFP).
Segundo Yuri Ushakov, a discussão, que durou cerca de cinco horas, foi "útil" e "construtiva", e os contactos entre Moscovo e Washington vão continuar, mas "ainda há muito trabalho a fazer" para se chegar a um acordo.
"Conseguimos chegar a um acordo em certos pontos (...), outros foram alvo de críticas, mas o principal é que houve uma discussão construtiva e que as partes declararam a sua disponibilidade para continuar os seus esforços", destacou Ushakov.
O conselheiro russo especificou que as discussões não se centraram na "redação concreta" de um acordo, mas sim na "substância", e que foram discutidos vários documentos apresentados a Moscovo, sem entrar em pormenores.
O enviado especial do Kremlin e considerado um dos autores do plano de paz, Kirill Dmitriev, descreveu o encontro entre Putin e Witkoff, na rede social X, como "produtivo" (palavra seguida de uma pomba branca). A acompanhar a partilha juntou duas imagens da reunião.
Productive ️ pic.twitter.com/YlkqF0b7tr
— Kirill Dmitriev (@kadmitriev) December 2, 2025
Antes do encontro, Putin advertiu que a Rússia está preparada para travar uma guerra com a Europa se for essa a pretensão dos europeus, embora não a deseje. Putin acusou os europeus de quererem impedir os esforços dos Estados Unidos que visam pôr fim ao conflito na Ucrânia.
"Eles não têm um programa de paz, estão do lado da guerra", disse o líder russo em declarações aos jornalistas.
Os Estados Unidos apresentaram há 10 dias um primeiro projeto de 28 pontos considerado muito favorável a Moscovo, redigido sem Kyiv e os aliados europeus.
O plano, destinado a pôr fim ao conflito desencadeado pela ofensiva russa contra a Ucrânia em fevereiro de 2022, foi alterado substancialmente após reuniões de Washington com ucranianos e europeus.
A proposta foi de novo trabalhada a nível bilateral no domingo, na Florida, entre delegações presididas pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, e pelo negociador ucraniano Rustem Umerov.
Putin denunciou que os países europeus, referindo-se principalmente à França, Alemanha e Reino Unido, incluem no plano exigências inadmissíveis para Moscovo com o único objetivo de "bloquear todo o processo de paz".
Já o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje esperar "sinais" da delegação norte-americana após as suas reuniões na capital russa. "Eles pretendem informar-nos diretamente imediatamente após essas reuniões. Os próximos passos dependerão desses sinais", adiantou.
"Se houver jogo limpo com os nossos parceiros, se for percebido como tal, talvez então nos possamos reunir muito em breve. Veremos a que nível", acrescentou Zelensky, que se declarou disposto, nesse caso, a encontrar-se cara a cara com Trump.
Esta é a sexta visita do enviado especial norte-americano a Moscovo, desde que a administração Trump assumiu o poder nos Estados Unidos.
[Notícia atualizada às 23h18]
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