Enviada de Guterres condena "violação inaceitável" israelita na Síria
- 29/11/2025
O ataque no sul do país que matou pelo menos 13 pessoas e os bombardeamentos subsequentes obrigaram também as famílias da cidade de Beit Jinn a fugir para as zonas próximas em busca de segurança, de acordo com a ONU.
"Tais ações constituem uma violação grave e inaceitável da soberania e integridade territorial da Síria, destabilizando ainda mais um ambiente já de si frágil", sublinhou a enviada de António Guterres em comunicado.
Najat Rochdi reafirmou ainda o firme compromisso das Nações Unidas com a soberania, a unidade, a independência e a integridade territorial da Síria e exigiu a "cessação imediata de todas essas violações", assim como a plena adesão ao acordo de 1974, que estabeleceu uma zona tampão desmilitarizada nos Montes Golã.
A Síria acusou hoje Israel de cometer crimes de guerra ao realizar uma incursão durante a noite no sul do país que causou 13 mortos, segundo um novo balanço das autoridades sírias, classificada como "agressão criminosa" contra a localidade de Beit Jinn pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio em comunicado.
"Trata-se de um crime de guerra", acusou o Ministério, segundo o qual a continuação de tais operações visa "incendiar a região".
O exército israelita disse que a operação visou elementos do grupo Jamaa Islamiya, presente no Líbano e na Síria, e aliado do movimento palestiniano extremista Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Segundo a publicação Palestine Chronicle, a força israelita fez a incursão para alegadamente deter um residente de Beit Jinn, mas foi cercada por homens armados.
A rádio pública israelita noticiou que os militares de Israel foram forçados a usar artilharia e drones para resgatar os soldados sitiados durante o confronto armado, que terá durado duas horas.
Seis soldados israelitas ficaram feridos, três deles com gravidade, segundo o exército de Israel.
O Palestine Chronicle divulgou uma fotografia de um veículo militar israelita destruído que terá sido abandonado pelo exército e posteriormente bombardeado para não ser capturado.
Após a queda do antigo líder sírio Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, e a ascensão do novo regime em Damasco, Israel realizou centenas de ataques aéreos na Síria.
Israel também mobilizou tropas para a zona desmilitarizada dos montes Golã, além da linha de demarcação, que separa a parte desse território sírio que anexou unilateralmente em 1981, do resto da Síria.
No verão, ocorreram contactos de alto nível entre as autoridades israelitas e sírias, facilitados por França e Estados Unidos, com as duas partes a afirmar que pretendiam chegar a um acordo de segurança.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, exige, como condição para o acordo, a desmilitarização de toda a porção do território sírio que se estende do sul de Damasco até a linha de demarcação de 1974.
A linha de demarcação foi estabelecida após a guerra israelo-árabe de 1973, que consagrou a derrota da Síria na tentativa de recuperar os Montes Golã, ocupadas pelo país vizinho.
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