Enviado de Trump deu conselhos a Moscovo sobre plano de paz
- 26/11/2025
A agência de notícias financeiras norte-americana publicou na terça-feira a transcrição de uma conversa de 14 de outubro entre o ex-empresário e Yuri Ushakov, conselheiro diplomático do Presidente russo, na qual se discute um plano futuro para resolver o conflito, inspirado no anterior para a paz em Gaza.
De acordo com o documento publicado pela Bloomberg, Steve Witkoff sugere um telefonema entre Donald Trump e Vladimir Putin, durante o qual este último "congratularia o Presidente (norte-americano) por este sucesso" com o plano para o enclave invadido por Israel.
O enviado especial norte-americano, segundo a mesma fonte, aconselhou que esta conversa se realizasse antes da visita do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à Casa Branca, agendada para 17 de outubro.
"Eu disse ao Presidente que a Federação Russa sempre quis um acordo de paz. É nisso que acredito", vincou Steve Witkoff, de acordo com a transcrição. "Um plano de paz de vinte pontos, como o que criámos para Gaza" seria o objetivo, refere ainda.
"Vai felicitá-lo, dizer que o Sr. Trump é verdadeiramente um homem de paz", acrescentou o conselheiro russo, referindo-se a Vladimir Putin.
A chamada telefónica entre Donald Trump e o seu homólogo russo ocorreu em 16 de outubro, na véspera da visita de Zelensky.
O Presidente norte-americano afirmou que foram feitos "grandes progressos" durante a conversa. Pouco antes, tinha manifestado a sua "grande deceção" com o Presidente russo.
Em 21 de novembro, os Estados Unidos propuseram um plano de paz para a Ucrânia que foi considerado altamente favorável à Rússia.
Desde então, o plano foi alterado, resultando numa nova versão "significativamente melhor" para Kyiv, e que Witkoff irá discutir com Putin em Moscovo, a pedido de Donald Trump.
Trump referiu na terça-feira que Witkoff será acompanhado em Moscovo pelo secretário do Exército, Dan Driscoll, que recentemente se juntou aos esforços de Washington neste dossiê.
"Serei informado sobre todos os progressos realizados, juntamente com o vice-presidente JD Vance, o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário da Guerra [Defesa], Pete Hegseth, e a chefe de gabinete da Casa Branca Susie Wiles", acrescentou.
Entretanto, foram igualmente destacados pelas autoridades norte-americanas avanços nas conversações entre o secretário do Exército e uma delegação russa.
Donald Trump tinha dado na semana passada um prazo até quinta-feira (dia 27 de novembro) a Volodymyr Zelensky para responder ao seu plano de paz de 28 pontos, o que levou à realização de contactos urgentes entre as principais lideranças europeias, Kyiv e Washington.
No rescaldo destas reuniões, realizadas no domingo, ucranianos e norte-americanos afirmaram que um futuro acordo de paz deveria respeitar a soberania da Ucrânia, após uma primeira versão da proposta tornada pública contemplar a maior parte das exigências russas, incluindo cedências territoriais a Moscovo, redução do exército ucraniano e impedimento da adesão de Kyiv à NATO.
O plano de 28 pontos foi posteriormente reduzido e Trump pareceu satisfeito com o resultado das negociações com europeus e ucranianos, declarando na sua rede social Truth Social que "algo de bom pode acontecer".
Kyiv espera agora "organizar a visita de Zelensky aos Estados Unidos o mais rapidamente possível, em novembro, para finalizar os restantes passos e chegar a um acordo com o Presidente Trump", segundo o secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, Rustem Umerov.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, comentou por sua vez na terça-feira que Moscovo aguardava que os Estados Unidos apresentassem a nova versão da sua proposta.
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