Estónia evita fechar fronteira ou espaço aéreo com a Rússia
- 17/09/2025
Reagindo a um projeto de lei apresentado hoje pela oposição para fechar temporariamente a fronteira com a Rússia, o ministro estónio do Interior, Igor Taro, defendeu que "não há razão para isso".
Devido a riscos de segurança após a intrusão de 'drones' russos no espaço aéreo polaco na semana passada, Varsóvia fechou temporariamente o leste do país a voos civis, além de encerrar a sua fronteira com a Bielorrússia (importante aliado de Moscovo) numa altura em que estes dois países iniciavam exercícios militares conjuntos.
A Letónia e a Lituânia também responderam ao incidente com os 'drones' russos na Polónia, impondo restrições temporárias no espaço aéreo no leste dos dois países, enquanto a Finlândia mantém encerrada por tempo indeterminado a sua fronteira com a Rússia, a mais extensa de todos os países da região, enquanto este país prossegue a sua ofensiva contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
Taro disse acreditar que não há fundamento suficiente para o encerramento da fronteira, referindo que "as passagens fronteiriças estão a funcionar normalmente", admitindo que tal aconteça apenas em resposta a um tipo específico de ação.
Afirmou ainda que a imigração russa para a Estónia desceu consideravelmente e que as passagens fronteiriças permanecerão abertas por razões humanitárias, tendo em conta a significativa comunidade migrante que vive de ambos os lados.
"Se alguma coisa mudar, a fronteira poderá ser rapidamente fechada", afirmou.
O ministro explicou ainda que, se a Estónia tomou esta decisão, ao contrário dos seus vizinhos, foi em parte após consultar os seus aliados.
"Avaliámos sempre a situação e cooperámos com os nossos vizinhos (...) Tudo o que fizemos baseou-se tanto na situação de segurança na Estónia como na cooperação com os nossos vizinhos", enfatizou Taro em declarações à cadeia televisiva estónia ERR.
A invasão do espaço aéreo da Polónia por drones russos foi o incidente direto mais sério em Estados-membros da NATO desde o início do conflito na Ucrânia, há mais de três anos.
A Polónia e os países da NATO com presença militar no seu território estão em alerta máximo desde a intrusão de cerca de vinte drones russos na noite de 9 para 10 de setembro.
Vários países europeus, incluindo a França, a Alemanha e a Suécia, bem como o Reino Unido, anunciaram maiores contributos para as defesas aéreas da Polónia ao longo da sua fronteira oriental com a Ucrânia e a Bielorrússia.
A NATO criou a iniciativa militar 'Sentinela Oriental' após a invasão do espaço aéreo polaco por 'drones' russos, tendo sido anunciada logo de seguida e ativada no sábado, perante o cenário de um potencial novo ataque.
O reforço militar não é exclusivo para a Polónia.
No sábado, a NATO realizou uma descolagem de emergência, ativando a iniciativa militar Sentinela Oriental, perante outra potencial ameaça dos 'drones' russos, informou o Quartel-General Supremo das Potências Aliadas na Europa (SHAPE).
A Roménia também alegou que um 'drone' russo violou o seu espaço aéreo no sábado.
Os 'drones' têm sido a principal arma utilizada pela Rússia nos ataques a cidades e infraestruturas energéticas e civis na Ucrânia.
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