Eurodeputados portugueses lamentam défice de cobertura no Parlamento
- 29/10/2025
"Há um grande défice de atenção ao trabalho e até ao escrutínio do trabalho dos eurodeputados, o que, por um lado, nos dá mais liberdade para determinadas iniciativas e até no processo legislativo, mas não garante transparência ao processo", considerou Lídia Pereira (PSD), intervindo num debate promovido numa formação do Parlamento Europeu para jovens jornalistas, co-organizado pela Lusa e pelo gabinete do Parlamento Europeu em Portugal, na sede da agência de notícias portuguesa, em Lisboa.
Para a eurodeputada social-democrata, que está no segundo mandato no Parlamento Europeu, "é necessário um maior acompanhamento dos dossiês" por parte da comunicação social e "uma maior proximidade do Parlamento Europeu".
"Só temos democracias sólidas e robustas com cidadãos exigentes e informados e a comunicação social é um pilar fundamental", defendeu.
A socialista Ana Catarina Mendes recordou que 90% da legislação vem de Bruxelas, com "impacto diário" na vida dos cidadãos portugueses.
"É um trabalho que temos de fazer, mostrar como a Europa está presente nas concretizações", afirmou, exemplificando com a resposta europeia à crise das dívidas soberanas ou da pandemia de covid-19.
A eurodeputada do PS e antiga ministra de António Costa considerou que existe "um grande défice de informação sobre o Parlamento Europeu".
Tânger Corrêa, do Chega, reconheceu que os eleitores do seu partido "não votaram nas eleições europeias" de maio de 2024. "Não soubemos ou não quisemos motivar", disse.
"Todos temos de trabalhar mais e melhor", nomeadamente nas redes sociais, defendeu.
A eurodeputada bloquista e candidata presidencial Catarina Martins avaliou que o próprio desenho institucional da UE cria "uma enorme distância" em relação à forma como a decisão é tomada.
Além disso, notou que o debate político é relatado "como um problema de fricção entre partidos", quando por vezes "há entendimentos regionais em que a lógica partidária não faz sentido".
O comunista João Oliveira também referiu existir "um grande desinteresse" sobre o que se "passa lá longe".
Para garantir maior proximidade, o eurodeputado do PCP propõe que os eleitos não fiquem "fechados nos gabinetes e nos plenários" e tenham "contacto com a realidade nacional".
O eurodeputado da Iniciativa Liberal e candidato presidencial João Cotrim Figueiredo não pôde participar no debate.
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