Ex-presidente ucraniano reaparece para elogiar Putin e criticar UE
- 01/09/2025
"Eu trabalhava para aproximar a Ucrânia e a UE. O meu objetivo final era a adesão da Ucrânia à UE", afirmou Yanukovych num vídeo divulgado pela agência noticiosa russa RIA Novosti que se tornou viral nas redes sociais.
O ex-presidente ucraniano, de 75 anos, que rompeu um longo silêncio, elogiou Vladimir Putin e criticou os líderes europeus da época por "se terem comportado de uma forma (...) inadequada", segundo a agência de notícias espanhola EFE.
"Eles não demonstraram qualquer compreensão das complexidades da situação económica na Ucrânia. Vou ser claro, eles demonstraram a sua arrogância", afirmou sobre os líderes da UE, cuja Comissão Europeia era presidida na altura por José Manuel Durão Barroso.
Yanukovych disse que, enquanto ocupou a presidência, de fevereiro de 2010 a fevereiro de 2014, quando foi deposto após 93 dias de intensos protestos, controlou e impulsionou o processo de adesão da Ucrânia à UE.
"Mas sempre me opus de forma categórica e firme à adesão da Ucrânia à NATO. Sempre soube muito claramente que isso seria catastrófico para a Ucrânia. É um caminho para lugar nenhum. Um caminho direto para uma guerra civil", concluiu.
Os protestos começaram em novembro de 2013, quando Yanukovych se recusou a assinar um acordo de associação com a UE em favor de uma maior integração económica com a Rússia.
A contestação que levou à destituição de Yanukovych ficou conhecida como Revolução Euromaidan, numa alusão à exigência dos manifestantes da integração europeia e à Praça (Maidan, em ucraniano) da Independência, onde se centraram os protestos.
Putin afirmou hoje na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai que "as tentativas do Ocidente de incorporar a Ucrânia na NATO" eram uma das causas da crise entre a Rússia e o país vizinho.
O Presidente da Rússia afirmou que o conflito com a Ucrânia "não surgiu como resultado de um ataque, mas do golpe de Estado" contra Yanukovych.
Putin disse que era necessário "eliminar as causas originais do conflito para alcançar uma solução duradoura e sustentável", assinalando que "nenhum país pode garantir a segurança à custa de outro".
Yanukovych foi condenado à revelia na Ucrânia a 13 anos de prisão em 2019 por alta traição e cumplicidade na agressão militar da Rússia em 2014.
A intervenção de Moscovo resultou na anexação da Crimeia e no apoio à revolta pró-russa nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, em março e abril de 2014.
Já depois de ter invadido a Ucrânia em fevereiro de 2022, a Rússia anexou Donetsk e Lugansk, bem como Zaporijia e Kherson, ocupando atualmente cerca de 20% do território ucraniano.
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