FBI quer inquirir democratas que incitaram militares a desobedecer a ordens
- 26/11/2025
Na segunda-feira, o Departamento de Defesa (Pentágono) norte-americano revelou que está a investigar o senador democrata Mark Kelly, veterano da Marinha e ex-astronauta, por possíveis violações da lei militar, noticiou hoje a agência Associated Press (AP).
As ações do FBI e do Pentágono surgem depois de o Presidente Donald Trump ter acusado os congressistas do crime de sedição, "punível com pena de morte", numa publicação nas redes sociais.
"O Presidente Trump está a usar o FBI como ferramenta para intimidar e assediar membros do Congresso", realçou hoje um grupo de quatro congressistas democratas, num comunicado onde confirmaram o pedido de entrevistas pelo FBI.
"Concorde-se ou não com o vídeo, a questão para mim é: será esta a resposta apropriada para um Presidente dos Estados Unidos, perseguir e tentar instrumentalizar o Governo federal contra aqueles de quem discorda?", questionou a senadora Elissa Slotkin, uma das seis congressistas democratas no vídeo.
O FBI recusou hoje comentar este assunto, mas o diretor Kash Patel, em entrevista à jornalista Catherine Herridge, descreveu o caso como "em curso", explicando porque não podia discutir detalhes.
Questionado sobre a sua reação ao vídeo, Patel disse: "O que me passa pela cabeça é o mesmo que me passa pela cabeça em qualquer caso: existe uma base legal para abrir um inquérito e uma investigação, ou não? E essa decisão será tomada pelos agentes de carreira e analistas aqui no FBI".
Trump sugeriu publicamente a pena capital para os seis congressistas democratas --- todos ex-militares ou antigos oficiais dos serviços de informações --- que divulgaram um vídeo no qual afirmam que militares e agentes "podem recusar-se a cumprir ordens ilegais".
Os seis congressistas afirmaram que "este Governo está a colocar os militares e profissionais de inteligência contra cidadãos americanos", alertando que "as ameaças à Constituição vêm não só do estrangeiro, mas também de dentro de casa".
A posição dos congressistas recebeu também o apoio de um grupo que diz representar mais de 360 antigos militares e diplomatas, que acusou a Casa Branca de transformar "um princípio jurídico fundamental numa divergência política".
O Governo de Trump tem sido criticado pela utilização das Forças Armadas em operações internas e externas sem justificação legal.
Trump enviou a Guarda Nacional para cidades governadas por democratas, como Los Angeles e Washington, D.C., alegando aumento da criminalidade, apesar das reservas das autoridades locais.
Nas últimas semanas, os Estados Unidos lançaram ainda cerca de 20 ataques nas Caraíbas e no Pacífico contra embarcações alegadamente ligadas ao narcotráfico, sem apresentar provas, em operações que resultaram em pelo menos 83 mortos.
O Departamento de Justiça afirmou, a 12 de novembro, que os ataques "foram ordenados de acordo com as leis dos conflitos armados e, por isso, são ordens legais".
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