Fracassam negociações entre Paquistão e Afeganistão para cessar-fogo
- 29/10/2025
"Infelizmente, o lado afegão não deu nenhuma garantia, desviou-se continuamente da questão central e recorreu a um jogo de acusações, evasão e artimanhas", escreveu o ministro da Informação paquistanês, Attaulah Tarar, na rede social X.
Após quatro dias de negociações em Istambul, com mediação do Qatar e da Turquia, "o diálogo não conseguiu produzir nenhuma solução viável", lamentou.
Os confrontos fronteiriços entre os dois países eclodiram há duas semanas, quando os talibãs, no poder no Afeganistão desde 2021, lançaram uma ofensiva na fronteira após explosões em Cabul atribuídas ao Paquistão.
Um cessar-fogo aprovado há cerca de dez dias, com a mediação do Catar, suspendeu os combates, que causaram vítimas civis.
A fronteira entre os dois países está fechada há duas semanas, e apenas migrantes afegãos expulsos do Paquistão têm permissão para fazer a travessia.
O Paquistão, confrontado com um ressurgimento de ataques contra as forças de segurança do país, afirmou esperar que as negociações levem o vizinho afegão a deixar de abrigar no seu território "grupos terroristas" antipaquistaneses.
Cabul nega apoiar essas organizações e insiste que quer preservar a integridade territorial do Afeganistão.
Um "último esforço", segundo o lado paquistanês, foi levado a cabo na terça-feira para tentar chegar a um acordo, "apesar da teimosia dos talibãs".
Citados pela comunicação social afegã, os talibãs disseram que as exigências paquistanesas são "irracionais e inaceitáveis", garantindo, no entanto, que as negociações "continuam a ser a melhor opção para resolver o conflito".
O ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Asif, advertiu, no fim de semana, que uma "guerra aberta" pode eclodir se as negociações não produzirem resultados.
"Continuaremos a tomar todas as medidas necessárias para proteger a nossa população da ameaça do terrorismo", afirmou hoje Attaulah Tarar, prometendo "dizimar os terroristas, os seus refúgios, os seus cúmplices e os seus apoiantes".
Cabul ainda não reagiu.
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