França condena dois iraquianos e um sudanês à prisão por naufrágio mortal
- 06/12/2025
As vítimas tentavam chegar clandestinamente a Inglaterra pelo Canal da Mancha, razões que estiveram na origem da condenação de um dos iraquianos a sete anos de prisão e o segundo a cinco anos, tal como pedira a acusação.
Os iraquianos, um com 46 anos e outro com 32, foram considerados culpados de terem organizado a partida de cerca de 60 pessoas a bordo de um barco insuflável sobrelotado e defeituoso, por estar furado.
Durante o julgamento pelo tribunal correcional de Boulogne-sur-Mer, norte de França, os dois homens negaram estarem ligados ao tráfico de pessoas e de envolvimento no transporte ilegal de migrantes.
Contudo, a análise dos telemóveis pelos investigadores permitiu encontrar vários elementos comprometedores, incluindo vídeos de migrantes apresentados como seus "clientes", capturas de ecrã de previsões de meteorologia marítima e conversas sobre partidas de embarcações.
O terceiro arguido, um sudanês de 27 anos, foi condenado a dois anos e meio de cadeia, menos seis meses do que o pedido pela procuradora.
O cidadão sudanês assumiu ter comandado a embarcação, afirmando que ele próprio era um candidato ao exílio e sobrevivente do naufrágio.
No entanto, como não tinha meios para pagar os 1.500 euros exigidos para a travessia, os responsáveis pela embarcação, que a acusação classifica como 'passadores', perguntaram-lhe se poderia "dar uma ajuda", tendo aceitado para pagar apenas 500 euros, explicou o cidadão sudanês em tribunal.
A acusação tinha pedido três anos de prisão para o sudanês, considerando que, mesmo não sendo 'passador', tinha, tal como os dois iraquianos, "conhecimento do caráter perigoso da operação e do estado miserável" da embarcação.
O advogado de defesa, Antoine Chaudey, denunciou na alegação "uma confusão de papéis" entre quem conduz e quem faz passar migrantes, bem como "uma insuportável criminalização do exílio".
Nas alegações, a procuradora projetou fotografias das três vítimas mortais do naufrágio de 22 de novembro de 2023, dois etíopes e um eritreu.
Os sobreviventes explicaram terem sido recolhidos e levados até à praia, onde verificaram, à chegada, que o material náutico estava danificado. Depois de entrarem no mar, o barco começou a perder ar rapidamente e não havia coletes salva-vidas suficientes.
A embarcação virou-se pouco depois de partir, perto de Equihen-Plage, no Pas-de-Calais.
Quatro pessoas, dois iraquianos e dois sudaneses, foram rapidamente acusadas, tendo sido emitido, de imediato, um mandado de detenção internacional para o quarto suspeito, ainda a monte, dirigido às autoridades britânicas.
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