Geórgia. Líder da oposição recebe sentença maior por atirar água a juiz
- 27/11/2025
Nika Melia, líder do Ahali-Coligação para a Mudança, um dos principais grupos da oposição da Geórgia, foi condenado, na quarta-feira, a mais um ano e meio de prisão, após ter sido considerado culpado de desacatos em tribunal por ter atirado água para cima de um juiz durante uma audiência.
Segundo a agência de notícias Reuters, Melia foi detido por recusar comparecer perante uma comissão parlamentar que investigava alegadas irregularidades durante a presidência de Mikhail Saakashvili (2004-2013).
Em maio, foi inicialmente condenado a oito meses de prisão, mas, na quarta-feira, um tribunal de Tbilisi ordenou que cumprisse mais um ano e meio pela condenação por desacatos em tribunal.
Um vídeo, gravado no tribunal em maio e que pode ver na galeria acima, mostra Melia, no banco dos réus, a atirar água de uma garrafa de plástico contra o juiz.
Vários líderes da oposição foram condenados por recusarem comparecer perante comissão parlamentar
Além de Nika Melia, vários membros da oposição foram condenados a oito meses de prisão por se terem recusado a comparecer perante uma comissão parlamentar que investigava alegadas irregularidades durante a presidência de Mikhail Saakashvili, incluindo o líder do Girchi-Mais Liberdade, Zurab Japaridze, Nika Gvaramia, também do Ahali, e Mamuka Khazaradze e Badri Japaridze, ambos do Lelo pela Geórgia. Os últimos dois foram indultados pelo presidente georgiano, Mikheil Kavelashvili, em setembro.
Mikhail Saakashvili, ex-presidente da Geórgia, recorde-se, cumpre uma pena de 13 anos de prisão por corrupção, abuso de poder e travessia ilegal da fronteira.
Ao mesmo tempo, há alguns dias, a justiça georgiana iniciou um novo processo penal contra o antigo líder, que é acusado de incitamento a um golpe de Estado e tentativa de uma mudança violenta de poder no país.
Saakashvili entrou clandestinamente na Geórgia a 29 de setembro de 2021 e foi detido no mês seguinte. Já na prisão, o ex-presidente declarou estar em greve de fome e foi internado num hospital do sistema penitenciário.
Em maio de 2022, face ao agravamento do seu estado de saúde, os seus advogados conseguiram a sua transferência para uma clínica privada na capital georgiana, onde permaneceu até meados deste mês de novembro.
A libertação de Saakashvili é uma das exigências da oposição na Geórgia, que se manifesta periodicamente para pedir novas eleições parlamentares no país e a libertação de todos os detidos nos protestos contra o governo atual, que começaram depois do governante Sonho Georgiano ter congelado as negociações para a entrada da nação caucasiana na União Europeia.
Já no início deste mês, a Comissão Europeia disse considerar que a Geórgia mantém apenas o nome de país candidato à UE, dado os retrocessos verificados no caminho para a adesão.
"A Comissão considera a Geórgia um país candidato apenas no nome", referiu a comissária europeia para o Alargamento, Marta Kos, numa audição na Comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu.
Veja o vídeo na galeria acima.
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