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Grupos armados anunciam tréguas de Natal na Colômbia
- 22/12/2025
O Exército colombiano denunciou o rapto de 18 soldados no município de Carmen de Atrato, onde realizavam operações de segurança contra o Exército de Libertação Nacional (ELN), na sequência de confrontos com grupos armados.
Os militares foram cercados por cerca de 200 pessoas - alegadamente membros de comunidades indígenas - e mantidos retidos numa reserva indígena, segundo informou a 15.ª Brigada do Exército, citada pelo jornal El Espectador.
As Forças Armadas classificaram o sequestro como uma "grave violação à liberdade pessoal e à segurança" dos efetivos militares.
"O comandante da unidade conseguiu contactar-me por telefone satélite. Sei que estão bem. Estamos a fazer tudo o possível para garantir o respeito pela vida dos militares e a sua libertação", afirmou o general William Fernando Caicedo, em declarações à rádio RCN.
Poucas horas depois, o ELN anunciou um cessar-fogo unilateral com início às 00h00 de 24 de dezembro e duração até às 00h00 de 3 de janeiro de 2026, com o objetivo de permitir um período festivo em paz para as famílias colombianas.
O anúncio seguiu-se a uma série de ações violentas atribuídas ao grupo armado, incluindo durante um "cessar-fogo" de 72 horas entre 15 e 17 de dezembro, nomeadamente um ataque em Villanueva, que causou a morte de sete militares na passada quinta-feira, dia 18.
Também este domingo, o Estado-Maior Central (EMC) - principal dissidência da extinta guerrilha das FARC - anunciou a suspensão das operações ofensivas contra a força pública entre 23 de dezembro e 07 de janeiro. A decisão, segundo um comunicado do grupo, visa permitir que "as famílias colombianas possam partilhar este período sem os temores próprios de uma confrontação armada".
Horas antes, no mesmo dia do anúncio do cessar-fogo, guerrilheiros da coluna Jaime Martínez do EMC atacaram com rajadas de metrelhadoras a localidade de Suárez, durante uma partida de futebol. A ação não causou vítimas e foi repelida por tropas do Exército colombiano.
Suárez é a terra natal da vice-presidente colombiana, Francia Márquez, que, embora não se tenha pronunciado sobre o ataque, já tinha apelado no passado dia 16 ao reforço da segurança na região, na sequência de outro ataque, que resultou em oito polícias feridos.
"Como Governo nacional, não podemos permitir que estes grupos fora-da-lei imponham o terror nos territórios", disse Márquez na ocasião.
O EMC também anunciou que um dos seus blocos, o Frente 33, liderado por Alexander Díaz Mendoza, conhecido como 'Calarcá Córdoba', suspendeu indefinidamente as ações ofensivas contra as forças de segurança, como gesto de desanuviamento à escala regional.
As tréguas, embora limitadas no tempo, surgem num contexto de violência crescente e poderão indicar abertura a novos canais de diálogo entre o Estado colombiano e os grupos armados ilegais.
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