Guineenses pedem intervenção "imediata e decisiva" da CPLP
- 28/11/2025
"Exigimos uma intervenção imediata e decisiva da CPLP nos seguintes pontos: conclusão do processo eleitoral em curso, libertação incondicional e imediata dos líderes políticos detidos, reposição integral da ordem constitucional e criação de condições para o empossamento do novo Presidente legítimo", defenderam os manifestantes numa carta entregue na porta da sede da CPLP.
A manifestação desta tarde foi convocada na sequência do golpe de Estado na Guiné-Bissau na terça-feira e tem sido marcada por críticas ao que classificaram de inação da CPLP, mas também de Portugal, da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e da própria União Africana.
"Se eles [os militares] continuarem a perseguir com esta ilegalidade, pedimos, exortamos a CPLP, a União Europeia, a CEDEAO, as Nações Unidas, a União Africana e toda a comunidade internacional a assumirem as suas responsabilidades, o que passa, necessariamente, pela imposição de medidas e sanções contra todos os envolvidos", defende-se na carta, lida em voz alta, perante os aplausos dos manifestantes.
O general Horta Inta-A foi empossado Presidente de transição da Guiné-Bissau, numa cerimónia que decorreu no Estado-Maior General das Forças Armadas guineense, um dia depois de os militares terem tomado o poder no país, antecipando-se à divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.
Os militares anunciaram a destituição do Presidente, Umaro Sissoco Embaló, e suspenderam o processo eleitoral e os órgãos de comunicação social, indicando ainda que o período de transição no país durará no máximo um ano.
O comando militar garantiu hoje que o ex-Presidente se encontra bem, mas sob custódia, e anunciou o fim do recolher obrigatório a partir desta sexta-feira, tendo sido anunciada já a reabertura do espaço aéreo.
As eleições, que decorreram sem registo de incidentes, realizaram-se sem a presença do principal partido da oposição, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e do seu candidato, Domingos Simões Pereira, excluídos da disputa e que declararam apoio ao candidato opositor Fernando Dias da Costa.
Simões Pereira foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.
*** A delegação da agência Lusa na Guiné-Bissau está suspensa desde agosto após a expulsão pelo Governo dos representantes dos órgãos de comunicação social portugueses. A cobertura está a ser assegurada à distância ***
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