Guterres exige libertação imediata de elementos da ONU detidos por Huthis
- 20/12/2025
Numa publicação na rede social X, Guterres condenou veementemente a detenção arbitrária de mais 10 colegas da ONU pelos Huthis, autoridades 'de facto' no Iémen, país do Médio Oriente devastado pela guerra.
"Exijo a libertação imediata e incondicional de todos os funcionários arbitrariamente detidos", adiantou o secretário-geral da ONU, expressando ainda solidariedade para com as famílias e comunidades afetadas no Iémen.
As Nações Unidas anunciaram na quinta-feira a detenção de mais 10 funcionários da organização, elevando a 69 o total destes capturados pelos Huthis no Iémen.
A organização especificou que todos os detidos eram cidadãos iemenitas.
Nos últimos anos, os rebeldes iemenitas, parte do "eixo da resistência" anti-Israel apoiado pelo Irão, prenderam dezenas de funcionários da ONU e trabalhadores humanitários, acusando-os de espionagem para norte-americanos e israelitas.
As acusações, puníveis com pena de morte no Iémen, foram veementemente rejeitadas pela ONU.
As detenções têm aumentado desde o início da guerra em Gaza, desencadeada em outubro de 2023 pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas em solo israelita, e mais recentemente após os ataques aéreos israelitas no Iémen, em agosto, que dizimaram quase metade do governo rebelde.
As novas detenções ocorrem dias depois de Guterres ter mencionado durante uma reunião com o sultão de Omã Haitham bin Tariq, cujo país desempenha um papel de mediador no conflito iemenita, a situação dos funcionários da ONU, do corpo diplomático e dos trabalhadores humanitários detidos pelos rebeldes.
No mês passado, um tribunal Huthi condenou 17 pessoas à morte por espionagem para Israel, Estados Unidos e Arábia Saudita, segundo os meios de comunicação dos rebeldes.
A guerra no Iémen eclodiu em 2014, quando os rebeldes tomaram a capital, Sana, que ainda controlam.
A guerra mergulhou o país mais pobre da Península Arábica numa das piores crises humanitárias do mundo, segundo a ONU.
Um cessar-fogo entrou em vigor em 2022 e tem sido amplamente respeitado.
Além dos detidos no Iémen, a ONU registou esta semana a morte de seis soldados de manutenção da paz num ataque de 'drone' no Sudão, a par da de um intérprete que estava sob custódia das forças de segurança do Sudão do Sul.
"É uma tendência muito preocupante", disse hoje o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, aos jornalistas.
"Vemos com demasiada frequência que a bandeira da ONU - o emblema da ONU - já não oferece a proteção que deveria aos nossos colegas", adiantou.
Dujarric apontou ainda os mais de 300 funcionários da ONU mortos durante a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, quase todos palestinianos, e os mais de 300 mortos durante a missão de paz da ONU de 10 anos no Mali.
A missão mais mortífera do mundo terminou em dezembro de 2023.
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