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Hamas afirma estar a cumprir obrigações sobre entrega de reféns
- 15/10/2025
"O movimento continua a aplicar a entrega acordada dos corpos dos soldados israelitas detidos pelas Brigadas Ezzeldin al-Qassam [braço armado do Hamas], como parte do compromisso com o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza", afirmou o grupo num comunicado.
No âmbito do acordo de cessar-fogo com Israel, em vigor desde 10 de outubro, o Hamas tinha de entregar 48 reféns, 20 vivos e 28 mortos, dos 251 que raptou em Israel em 07 de outubro de 2023.
Em troca, Israel entregou cerca de 2.000 palestinianos presos ou detidos em cadeias israelitas, incluindo os corpos de 45 pessoas.
As entregas teriam de ser efetuadas até 72 horas após a entrada em vigor do cessar-fogo, prazo que expirou na segunda-feira.
O Hamas, o grupo extremista que governa a Faixa de Gaza desde 2007, entregou os 20 reféns vivos na segunda-feira, mas apenas oito corpos até agora, um dos quais levantou dúvidas sobre se seria de um refém.
As dúvidas foram desfeitas hoje pelo exército israelita, que anunciou que o quarto corpo entregue pelo Hamas na terça-feira "não corresponde a nenhum dos reféns", segundo um comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Israel ameaçou limitar a entrada de ajuda humanitária se o Hamas não entregasse os reféns mortos e o grupo palestiniano admitiu haver dificuldades na localização de alguns dos corpos.
Os Estados Unidos, cujo Presidente, Donald Trump, propôs o plano de paz de que o acordo de cessar-fogo faz parte, também reconheceram nos últimos dias que o Hamas necessitaria de mais tempo para localizar os corpos dos reféns.
O ministro da Segurança Nacional de Israel, o ultradireitista Itamar Ben Gvir, apelou para se "apagar da face da Terra" o Hamas pelo incumprimento na entrega dos corpos dos reféns, depois de expirado o prazo.
"Basta de humilhação. Pouco depois de abrir as portas a centenas de camiões [de ajuda], o Hamas voltou rapidamente aos seus métodos habituais: mentir, caluniar e maltratar famílias e corpos", escreveu nas redes sociais.
"O terror nazi só entende a força, e a única maneira de resolver os problemas com eles é apagá-los da face da Terra", acrescentou Ben Gvir.
No comunicado divulgado pelo Hamas, o porta-voz do grupo em Gaza, Hazem Qasem, acusou Israel de ter cometido "uma clara violação do cessar-fogo ao assassinar civis em Shujaia e Rafah".
Qasem referia-se à morte de cinco palestinianos por tropas israelitas na terça-feira, noticiada pelo diário palestiniano Filastin, segundo a agência de notícas espanhola Europa Press.
"Apelamos aos mediadores --- Qatar, Egito e Estados Unidos --- para que façam com que a ocupação [Israel] cumpra os compromissos ao abrigo do acordo", acrescentou.
A atual guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
Israel respondeu com uma ofensiva militar que provocou mais de 67.900 mortos, embora o número de vítimas mortais possa ser superior por se temer que haja corpos sob os escombros.
As autoridades de Gaza também têm reportado a descoberta de corpos em zonas das quais as tropas israelitas se retiraram nos últimos dias, segundo a Europa Press.
Israel foi acuado de genocídio em Gaza e de usar da fome como arma de guerra, o que negou.
O Hamas é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia, Reino Unidos e outros países.
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