Hamas ajuda Cruz Vermelha a localizar corpos de reféns israelitas em Gaza
- 27/10/2025
A operação, conduzida pelo CICV como intermediário neutro, foi solicitada por ambas as partes e decorre sob o acordo de cessar-fogo, segundo adiantou à agência EFE a porta-voz da organização, Sarah Davies.
O negociador-chefe do Hamas, Khalil al-Haya, já tinha anunciado que o grupo islamista iria entrar em novas zonas da Faixa de Gaza para procurar corpos ainda sob os escombros, para "não dar a Israel um pretexto para retomar a guerra".
Do lado israelita, a porta-voz do governo, Shosh Bedrosian, afirmou que "o Hamas sabe onde estão os reféns" e que "se se esforçasse mais, poderia recuperar os restos mortais".
Shosh Bedrosian detalhou também que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu autorizou a entrada de uma equipa egípcia e de agentes da Cruz Vermelha "para lá da linha amarela", área onde as tropas israelitas se retiraram, para apoiar as buscas.
A equipa egípcia é composta exclusivamente por pessoal técnico, sem presença militar.
Hoje, três pás carregadoras de rodas, três escavadoras e oito camiões para transportar escombros cruzaram a fronteira a partir de Rafah, no norte do Sinai, rumo a Kerem Shalom.
Este é o segundo envio de equipamento pelo Egito em 24 horas. No sábado, nove veículos já haviam sido despachados para o enclave palestiniano.
Mediadores internacionais, com destaque para os Estados Unidos da América (EUA), pressionam o Hamas a concluir a entrega dos corpos, etapa considerada essencial para avançar na segunda fase do plano proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, que inclui o desarmamento do grupo, a desmilitarização de Gaza e a criação de uma administração civil para iniciar a reconstrução do território.
Em vigor desde 10 de outubro, o cessar-fogo foi alcançado após o anúncio de um plano de 20 pontos impulsionado por Donald Trump e semanas depois de Benjamin Netanyahu ordenar uma nova invasão terrestre à cidade de Gaza.
Analistas apontam que a pressão internacional --- sobretudo dos Estados Unidos --- foi decisiva para que o primeiro-ministro israelita cedesse.
O acordo permitiu a libertação dos últimos 20 reféns vivos e dos corpos de 15 reféns mortos, em troca de cerca de 2.000 prisioneiros palestinianos e dos restos mortais de habitantes de Gaza, muitos com sinais de tortura e abusos.
O cessar-fogo procura pôr fim a dois anos de guerra iniciada pelos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A retaliação israelita provocou mais de 68 mil mortos e cerca de 170 mil feridos em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde local, considerados credíveis pela ONU.
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