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Hamas exige libertação de combatentes presos em túneis em Gaza
- 27/11/2025
Esta exigência surgiu após o Exército israelita ter anunciado, na semana passada, a morte de mais de 20 membros do Hamas "que tentavam fugir das infraestruturas subterrâneas do terror na região" e a detenção de oito.
"Consideramos Israel totalmente responsável pelas vidas dos nossos combatentes e apelamos aos mediadores para agirem imediatamente, exerçam pressão e garantam que os nossos filhos possam regressar a casa", destacou o Hamas em comunicado.
Esta é a primeira vez que o grupo islamista reconhece publicamente que alguns dos seus combatentes estão encurralados em túneis.
Os meios de comunicação israelitas têm noticiado há várias semanas que entre 100 e 200 membros do Hamas estão presos na rede de túneis sob a cidade de Rafah, numa zona da Faixa de Gaza sob controlo militar israelita.
Segundo o acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e que entrou em vigor em 10 de outubro, o Exército israelita deverá retirar-se da parte costeira do território palestiniano, além de uma "linha amarela" que marca a fronteira da zona sob controlo israelita.
Em novembro, numa conferência empresarial em Miami, o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, aludiu aos "200 combatentes presos em Rafah" e sugeriu que a sua rendição poderia ser um teste para a implementação do cessar-fogo por parte de Israel e do Hamas.
Israel não parece, no entanto, disponível para ceder numa solução que permita a saída segura destes combatentes dos túneis.
Um porta-voz do Governo israelita disse à agência France-Presse (AFP), em novembro, que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu "não permitiria a passagem segura de 200 terroristas do Hamas" e que se mantinha "firme na sua intenção de desmantelar as capacidades militares do Hamas e desmilitarizar a Faixa de Gaza".
No comunicado divulgado na quarta-feira, o Hamas acusou Israel de violar os termos do cessar-fogo ao "procurar, eliminar e prender combatentes da resistência sitiados nos túneis de Rafah".
Também na quarta-feira, o grupo islamita palestiniano anunciou que recebeu os corpos de 15 prisioneiros palestinianos, conforme estipulado no acordo de cessar-fogo com Israel.
Israel é obrigado a entregar os corpos de 15 palestinianos sempre que os restos mortais de um refém são devolvidos, no âmbito do acordo.
Os corpos foram entregues em troca do refém Dror Or, um dos três últimos sequestrados mortos mantidos em território palestiniano. O seu corpo foi devolvido na terça-feira a Israel pelo grupo islamita, através do CICV.
O porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, afirmou, em comunicado, que a entrega do corpo de Or "reflete o compromisso inabalável do Hamas com o processo de troca e os seus esforços contínuos para o finalizar, apesar das significativas dificuldades".
O Hamas afirma que o processo está a demorar porque ainda tem de recuperar alguns corpos dos escombros.
Os dois últimos corpos de reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza são os do israelita Ran Gvili e do tailandês Sudthisak Rinthalak.
A guerra em Gaza foi desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A retaliação de Israel provocou mais de 69 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, que a ONU considera credíveis.
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