Hamas vai entregar hoje mais um corpo de refém
- 09/11/2025
Por seu lado, o braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, insistiram na necessidade de Israel permitir a entrada em Gaza de maquinaria e equipamentos especializados para conseguir devolver os cinco corpos de reféns que permanecem no enclave.
"A operação de remoção dos corpos durante a fase anterior foi realizada em condições complexas e extremamente difíceis e, apesar disso, cumprimos o que nos foi pedido no acordo. Confirmamos que a remoção dos corpos restantes necessita de equipamento e materiais técnicos adicionais", pormenorizou o grupo num comunicado.
Além disso, pediu aos mediadores que "encontrem uma solução para garantir a continuidade do cessar-fogo" e para que Israel não o viole "para atacar inocentes e civis em Gaza", de acordo com o texto.
Sábado, as brigadas afirmaram ter encontrado em Rafah o corpo de Hadar Goldin, soldado israelita cujo cadáver mantém em seu poder desde 2014, e espera-se que esta tarde o devolva a Israel às 14:00 locais (12:00 em Lisboa).
Os restos mortais de Hadar Goldin, 23 anos, são os únicos que permanecem em Gaza desde antes da guerra atual.
O soldado israelita foi morto em 01 de agosto de 2014, duas horas depois de entrar em vigor um cessar-fogo que pôs termo ao conflito desse ano entre Israel e o Hamas.
Com base em provas encontradas no túnel para onde o corpo de Goldin foi levado, incluindo uma camisa ensanguentada e franjas de oração, o exército concluiu rapidamente que ele tinha morrido no ataque.
Goldin deixou os pais e três irmãos, incluindo um gémeo. Tinha pedido a namorada em casamento antes de morrer. No início deste ano, a família assinalou os 4.000 dias desde que o corpo foi levado. O exército recuperou este ano o corpo de outro soldado morto na guerra de 2014.
O Hamas denunciou em várias ocasiões, desde que o cessar-fogo entrou em vigor, no dia 10 de outubro, que as forças armadas israelitas não lhe permite aceder a Rafah, onde acredita que se encontrava o cadáver do soldado.
Em Rafah, há também mais de uma centena de milicianos do Hamas, presos desde que Israel assumiu o controlo da cidade, segundo o grupo, por isso, no comunicado de hoje, o Hamas alerta para possíveis "confrontos" nessa zona contra os seus milicianos.
Com a entrega de Goldin, restam agora quatro reféns, aparentemente todos mortos, em poder do Hamas.
Meny Godard, 73 anos, foi jogador profissional de futebol antes de se alistar no exército israelita e de participar na guerra do Médio Oriente de 1973, segundo o Kibutz Be'eri. Desempenhou várias funções no 'kibutz', incluindo na tipografia local.
Na manhã de 07 de outubro, Godard e a mulher, Ayelet, foram forçados a sair de casa depois de esta ser incendiada. A mulher escondeu-se nos arbustos durante várias horas até ser descoberta e morta pelos militantes.
Antes de morrer, conseguiu dizer aos filhos que Meny tinha sido morto. A família realizou um funeral duplo para o casal. Deixaram quatro filhos e seis netos.
Ran Gvili, 24 anos, membro de uma unidade policial de elite, estava a recuperar de uma fratura no ombro provocada por um acidente de mota, mas apressou-se a ajudar colegas no dia 07 de outubro. Depois de auxiliar pessoas a fugir do festival de música Nova, foi morto em combate noutro local e o corpo levado para Gaza. O exército confirmou a morte quatro meses depois. Deixou os pais e uma irmã.
Dror Or, 52 anos, pai de três filhos, trabalhava na exploração leiteira do Kibutz Be'eri há 15 anos, tendo chegado a gerente. Era um especialista em fabrico de queijos, segundo familiares e amigos. Em 07 de outubro, a família escondeu-se no quarto de segurança quando os atacantes incendiaram a casa. Dror e a mulher, Yonat, foram mortos. Dois dos filhos, Noam, de 17 anos, e Alma, de 13, foram raptados e libertados durante o cessar-fogo de novembro de 2023.
Por fim, Sudthisak Rinthalak, um trabalhador agrícola tailandês que trabalhava no Kibutz Be'eri. Segundo relatos da comunicação social, era divorciado e trabalhava em Israel desde 2017.
No total, 31 trabalhadores tailandeses foram raptados em 07 de outubro, o maior grupo de estrangeiros mantidos em cativeiro. A maioria foi libertada durante o primeiro e o segundo cessar-fogo. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia afirmou que, além dos reféns, 46 tailandeses foram mortos durante a guerra.
No sábado, As autoridades de saúde da Faixa de Gaza afirmaram que mais de 69.000 palestinianos, na maioria civis, foram mortos na guerra entre Israel e o Hamas, iniciada em 07 de outubro de 2023.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, liderado pelo movimento islamita palestiniano, o número de mortos subiu para 69.169, com outros 170.685 feridos.
O último aumento das mortes é atribuído ao maior número de corpos recuperados dos escombros desde que o cessar-fogo foi anunciado na devastada Faixa de Gaza e também à identificação de corpos anteriormente não identificados.
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