Hegseth evoca "nevoeiro de guerra" para defender 2.º ataque a barco
- 03/12/2025
Durante uma reunião de gabinete na Casa Branca, Hegseth referiu que não viu nenhum sobrevivente na água após o primeiro ataque, afirmando que a embarcação "explodiu no meio do fogo e do fumo".
"Não se conseguia ver nada... A isto chama-se nevoeiro de guerra", frisou.
Hegseth disse ainda que "não permaneceu" durante o resto da missão ocorrida em 02 de setembro, após o ataque inicial, e que o almirante responsável "tomou a decisão correta" ao ordenar o segundo ataque, para o qual "tinha total autoridade".
Os congressistas abriram investigações após uma notícia do Washington Post que revelou que Hegseth terá dado uma ordem verbal para "matar toda a gente" a bordo do barco, o primeiro navio atingido na campanha antidroga da administração Trump nas Caraíbas e no Pacífico Oriental, que já soma mais de 20 ataques conhecidos e mais de 80 mortos.
Os EUA também estabeleceram a sua maior presença militar na região em gerações, e muitos veem as ações como uma tática para pressionar o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a renunciar.
Embora vários especialistas jurídicos tenham declarado à agência Associated Press (AP) que acreditam que o segundo ataque violou as leis em tempo de paz e as que regem os conflitos armados, o próprio manual do Pentágono sobre as leis dos conflitos armados cita especificamente o ataque a sobreviventes de um navio afundado como sendo claramente ilegal.
"As ordens para disparar contra náufragos seriam claramente ilegais", de acordo com o manual.
O Presidente Donald Trump demarcou-se hoje do segundo ataque, que, segundo o relatório, matou dois sobreviventes que se agarravam aos destroços.
Trump disse que "não sabia de nada" e que "ainda não recebeu muitas informações" porque confia muito "no Pete", referindo-se a Hegseth, quando questionado se apoiava o segundo ataque.
"Eu não sabia nada sobre as pessoas. Não estava envolvido nisso", acrescentou.
Hegseth, sentado ao lado de Trump na reunião do gabinete, salientou que Trump deu poder aos "comandantes para fazerem o que for necessário, que são coisas obscuras e difíceis na calada da noite em nome do povo americano".
O secretário de imprensa do Pentágono, Kingsley Wilson, disse mais cedo nesse dia que todos os ataques foram "ordenados pelo presidente e a cadeia de comando funciona como deveria".
"No final do dia, o secretário e o presidente são os que dirigem estes ataques", frisou Wilson num evento no Pentágono, em declarações a órgãos de comunicação social selecionados.
A administração Trump sugeriu que o almirante que supervisionava a operação tomou a decisão de realizar um segundo ataque.
Trump chamou-lhe hoje uma "pessoa extraordinária" e disse: "Quero que estes barcos sejam destruídos e, se for preciso, também atacaremos por terra, tal como atacamos no mar".
A Casa Branca afirmou na segunda-feira que o vice-almirante da Marinha, Frank "Mitch" Bradley, agiu "dentro da sua autoridade e da lei" ao ordenar o segundo ataque, enquanto Hegseth declarou nas redes sociais que apoiava Bradley "e as decisões de combate que tomou".
Bradley deve realizar um 'briefing' confidencial na quinta-feira para os congressistas que supervisionam as Forças Armadas.
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