Honduras vão às urnas para eleições com tensão política (e violência)

  • 28/11/2025

Neste país da América Central assolado pela pobreza, corrupção e violência, cerca de 6,5 milhões de eleitores vão eleger o seu próximo Presidente, assim como 128 membros do Parlamento e centenas de presidentes de câmara, entre outros cargos, para os próximos quatro anos, num contexto de grande tensão política e violência.

 

Três dos cinco candidatos com hipóteses de vencer a eleição para Presidente, que determinará o sucessor da chefe de Estado Xiomara Castro [do partido de esquerda Liberdade e Refundação-Livre], estão praticamente empatados, segundo as últimas sondagens realizadas no país.

A advogada Rixi Moncada, candidata do partido Livre, vai enfrentar dois candidatos de direita: a estrela televisiva Salvador Nasralla, do Partido Liberal de Honduras (PL), e o empresário Nasry Asfura, do Partido Nacional de Honduras (PN). Os outros dois candidatos, sem perspetivas de alcançar a vitória, segundo as pesquisas de opinião, são Nelson Ávila Gutiérrez, do partido Inovação e Unidade Social-Democrata (PINU- centro-esquerda) e Mario Rivera Calejas, do Partido Democrata-Cristão (DC - centro-direita).

Rixi Moncada acusou os seus rivais de direita de serem "fantoches da oligarquia golpista", já Nasralla e Asfura descrevem a chefe de Estado como "comunista" e uma aliada da Venezuela e de Cuba. A direita e a esquerda acusam-se mutuamente de planearem uma fraude eleitoral, num país que não tem instituições independentes, nomeadamente com os três principais partidos a dividirem o poder no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e no Tribunal de Justiça Eleitoral (TJE).

As Honduras são um dos países mais instáveis da América Latina, quase dois terços dos cerca de 11 milhões de habitantes vivem na pobreza. Atingido pela violência dos gangues e pelo tráfico de droga, o país continua a ser um dos mais violentos da região, com 26,8 homicídios por cada 100 mil habitantes, apesar de uma diminuição após a declaração do estado de emergência pelo Presidente Xiomara Castro.

Os eleitores estão a demonstram uma certa preocupação, pois estão habituados a eleições que são contestadas e a golpes de Estado, o mais recente em 2009, que derrubou o Presidente Manuel Zelaya, marido de Xiomara Castro. Relatos de ataques, ameaças e intimidações contra candidatos e ativistas, incluindo assassinatos políticos nos últimos meses, aumentaram as preocupações com a segurança e a integridade destas eleições.

Entretanto, o medo nas Honduras durante as eleições não se limita a esta violência específica, há também a incerteza em torno da prorrogação do estado de emergência parcial, em vigor desde dezembro de 2022 em 226 dos 298 municípios, que foi prolongado em 12 de novembro por mais 45 dias.

O estado de emergência foi decretado para reduzir a violência criminal no país, que, segundo o secretário de Segurança, Gustavo Sánchez, diminuiu substancialmente, uma afirmação contestada por vários setores que acreditam que a medida não produziu os resultados esperados. Em 2025, pelo menos quatro pessoas morreram em crimes relacionados com violência política, segundo Sánchez.

Estes números juntam-se a outros incidentes violentos e ameaças contra ativistas e líderes dos três principais partidos e às campanhas dos seus candidatos presidenciais. Dois membros do CNE e dois juízes TJE, todos da oposição, também receberam ameaças, incluindo ameaças de morte.

A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOEUE), que estará presente nestas eleições nas Honduras, declarou que ouviu relatos da associação dos jornalistas sobre as suas preocupações em relação à violência política e às ameaças que vários profissionais têm vindo a receber. A vice-chefe da MOEUE, Tania Marques, destacou a importância de reforçar a confiança e a transparência nas eleições gerais do próximo domingo e manifestou a sua preocupação com os órgãos eleitorais, que enfrentam atrasos e controvérsias.

Já a diretora da Human Rights Watch (HRW) para as Américas, Juanita Goebertus, alertou que as alegações de possível fraude nas eleições gerais nas Honduras comprometem o direito dos hondurenhos de votar em eleições livres e justas.

No início de novembro, a secretaria-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) manifestou a sua preocupação sobre a pressão aos organismos eleitorais nas Honduras que afetam o processo eleitoral nacional. A secretaria-geral reiterou o apelo feito pela Missão de Observação Eleitoral (MOE) da OEA nas Honduras, referindo que para além do legítimo debate em torno das decisões e procedimentos específicos das autoridades eleitorais, é da responsabilidade do Estado garantir a autonomia, a continuidade e o livre exercício destas instituições.

Leia Também: Ex-dirigentes iberoamericanos alertam para ameaças à eleição nas Honduras

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2896166/honduras-vao-as-urnas-para-eleicoes-com-tensao-politica-e-violencia#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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