Hong Kong alarga remoção de redes de proteção em andaimes devido a fraude
- 09/12/2025
A decisão foi motivada pelo incêndio que devastou, em 26 de novembro, o complexo de habitação pública Wang Fuk Court, fazendo pelo menos 159 mortos, sendo que 31 pessoas continuam desaparecidas.
O incêndio expôs deficiências na proteção dos projetos de renovação, particularmente na utilização de redes de proteção nas fachadas para evitar a queda de detritos.
Como estas redes não são à prova de fogo, atuaram como aceleradoras, impulsionando a propagação das chamas em Tai Po, nos Novos Territórios, no norte de Hong Kong.
As investigações oficiais confirmaram que os edifícios incendiados utilizavam redes resistentes ao calor, o que permitiu que as chamas se propagassem rapidamente e consumissem várias torres do complexo residencial.
Após inspeções a outros edifícios, as autoridades detetaram materiais adulterados noutros dois complexos, ligados a um fabricante na China continental.
A descoberta levou o Departamento de Edifícios de Hong Kong a ordenar, com urgência, a remoção de todos os materiais semelhantes das fachadas de propriedades privadas, considerando-os um risco inaceitável.
Até às 17:00 de segunda-feira (09:00 em Lisboa), um total de 227 edifícios já tinham desmontado estas redes, enquanto outros três receberam extensões do prazo, para concluir a operação ainda esta semana.
A polícia alargou as investigações a quatro complexos espalhados por diferentes distritos urbanos devido à possibilidade de utilização mais generalizada de certificados fraudulentos.
Em paralo, o Departamento do Trabalho abriu uma investigação sobre um caso suspeito de certificados de inspeção de andaimes com datas alteradas, aparentemente assinados antecipadamente.
A Comissão Independente Contra a Corrupção deteve pelo menos 11 pessoas ligadas ao contrato de reabilitação de Wang Fuk Court, incluindo funcionários da empresa de consultoria responsável pela supervisão técnica, diretores e gestores de projeto, subempreiteiros especializados em andaimes e intermediários.
O líder do Governo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, prometeu uma estreita cooperação com o novo parlamento --- eleito no domingo, na segunda votação após a exclusão da oposição pró-democracia --- para promover reformas estruturais que reforcem a segurança nos projetos de construção e reabilitação.
O incêndio, o mais mortal em Hong Kong desde 1948, acelerou as medidas administrativas e criminais destinadas a colmatar as lacunas na cadeia de responsabilidade do setor da construção civil, desde a certificação dos produtos à inspeção no local.
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