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Hong Kong detém ex-conselheiro distrital e voluntária por sedição após incêndio
- 01/12/2025
O número de pessoas detidas em menos de 48 horas por alegadamente "explorarem a tragédia para incitar o ódio e criar agitação social" subiu assim para quatro, avançou a imprensa local.
O Departamento de Segurança Nacional (NSD, na sigla em inglês) da Polícia de Hong Kong disse num comunicado que Kenneth Cheung Kam-hung foi detido em casa no domingo.
Numa operação separada, as autoridades detiveram uma mulher, identificada como voluntária, por publicações nas redes sociais que foram consideradas como apelando à violência.
Ambos permanecem sob custódia policial enquanto estão a ser investigados por possíveis violações da lei de segurança nacional, aprovada em março de 2024.
A lei autoriza a detenção de indivíduos durante até 16 dias, sem acusação formal, com restrições ao acesso a assistência jurídica, e prevê a prisão perpétua por traição, insurreição, sabotagem ou interferência estrangeira.
No sábado, um estudante universitário, que liderou uma petição online exigindo uma investigação independente sobre o incêndio e responsabilização do governo, também foi detido.
A petição angariou mais de 10 mil assinaturas em menos de 24 horas antes de a plataforma a ter removido, sem qualquer explicação pública.
O Gabinete de Salvaguarda da Segurança Nacional de Hong Kong já tinha alertado que "indivíduos anti-China e mal-intencionados" estavam a espalhar rumores e a explorar a tragédia para "satisfazer ambições políticas" e "repetidamente incitar o caos", ações que descreveu como desumanas e destinadas a serem "punidas legalmente".
No domingo, a polícia de Hong Kong disse que o número de mortos confirmados no incêndio que devastou o complexo de habitação social Wang Fuk Court, em Tai Po, na quarta-feira passada, aumentou para 146.
Hong Kong cumpre hoje o último de três dias de luto pelo incêndio.
Investigações preliminares indicam que o fogo teve origem na rede de proteção dos andaimes nos pisos inferiores e se propagou rapidamente na vertical.
Placas de poliestireno expandido, altamente inflamáveis, utilizadas para vedar as aberturas e os caixilhos junto aos elevadores, bem como as lonas exteriores que violavam as normas de segurança contra incêndios, facilitaram a entrada das chamas nos apartamentos através dos corredores.
Milhares de cidadãos, grupos de vizinhos, sindicatos, igrejas e voluntários mobilizaram-se espontaneamente, angariando milhões de dólares de Hong Kong e distribuindo água, alimentos, vestuário e abrigos temporários.
O Governo anunciou um fundo inicial de 300 milhões de dólares de Hong Kong (33,4 milhões de euros) para ajudar as vítimas e as pessoas afetadas, que entretanto já alcançou 800 milhões de dólares de Hong Kong (88,6 milhões de euros).
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