Indemnizada em 8 milhões de euros após ser baleada por aluno de 6 anos
- 07/11/2025
Uma antiga professora na Virginia, nos Estados Unidos, que foi baleada por um aluno de seis anos ganhou um processo em tribunal esta quinta-feira, que lhe concedeu uma indemnização de 10 milhões de dólares (cerca de 8,6 milhões de euros).
A indemnização, mesmo assim, é bastante inferior àquela que Abigail Zwerner pedia inicialmente, um valor que ultrapassava os 30 milhões de euros, num processo que acusava os administradores da escola onde lecionava de negligência.
Em causa, está um incidente que aconteceu em janeiro de 2023, quando um aluno de seis anos levou uma arma de fogo para a sala de aula de Abigail.
A bala disparada pela criança atravessou a mão de Zwerner antes de a atingir no peito, onde se mantém até hoje - é mais seguro do que tentar remover o projétil.
"Pensei que estava a morrer, pensei que já tinha morrido", disse ao júri, citada pela NBC News. "Pensei que estava a caminho do céu ou no céu. Mas depois tudo ficou escuro."
Abigail disse que o ataque poderia ter sido evitado se a ex-vice-diretora da escola, Ebony Parker, tivesse agido. A antiga professora contou que avisou Parker cerca de 45 minutos antes de a bala ser disparada.
A acusação defendeu que a ex-vice-diretora cometeu um "ato deliberado de omissão" no cuidado dos alunos da escola básica, que foi "tão repugnante, arbitrário e culpável que demonstra um desprezo imprudente pela vida humana" - afirmações a que os três júris vieram a dar razão.
A acusação relatou ainda que Abigail tinha informado Parker de que a criança estava com uma "disposição violenta" e que, inclusive, já tinha ameaçado as outras crianças.
A ex-vice-diretora não "terá tido resposta" e recusou-se sequer a "olhar para cima" quando a professora expressou as suas preocupações.
Mas, para além de Abigail, outros docentes terão também alertado Parker para a arma de fogo.
Durante o julgamento, uma professora da escola primária revelou que tinha informado a vice-diretora sobre a arma três vezes, depois de os alunos a terem alertado para o facto de o menino ter uma arma na mochila.
Uma outra docente testemunhou que também partilhou informações semelhantes com Parker depois de um aluno diferente a ter alertado sobre a arma.
A defesa argumentou que Parker não tinha forma de saber o que viria a acontecer, alegando ainda que Abigail exagerou a gravidade dos seus ferimentos.
Em tribunal, a antiga professora detalhou que tem dificuldades com tarefas físicas básicas e deu como exemplo um almoço que teve com o seu advogado, no qual não conseguiu abrir um pacote de batatas fritas.
"Acabei por lhe pedir para abrir, aconteceu o mesmo com as garrafas de água", desabafou, frisando que as cicatrizes físicas e psicológicas do ataque ainda são recentes e dolorosas, apesar de já terem passado quase três anos.
Após a conclusão deste julgamento, Parker enfrenta agora um processo criminal onde é acusada de oito crimes de negligência infantil, com uma pena que pode chegar aos cinco anos de prisão.
Já a mãe do aluno que disparou em plena sala de aula, foi condenada a quatro anos de prisão por negligência infantil e uso indevido de armas de fogo.
A criança, segundo a BBC, não foi acusada de qualquer delito e estará a viver com um parente, matriculado numa outra escola.
Leia Também: EUA arquivam processos das quedas de aviões Boeing 737 após acordo





.jpg)






















































