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Índia exige proteção para minorias no Bangladesh após morte violenta
- 21/12/2025
"A Índia continua a monitorizar de perto a evolução da situação no Bangladesh", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia, Randhir Jaiswal, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Jaiswal disse que os diplomatas indianos se mantêm em contacto com as autoridades de Daca, a quem transmitiram "profunda preocupação face aos ataques às minorias".
O porta-voz precisou que se referia ao assassinato de um hindu na cidade de Mymensingh, no norte do Bangladesh, na quinta-feira.
Dipu Chandra Das foi espancado até à morte durante protestos que eclodiram quando foi anunciada a morte de Hadi, figura-chave do levantamento que derrubou o regime anterior em 2024.
Hadi, 32 anos, morreu num hospital em Singapura para onde foi transferido em estado crítico depois de ter sido atingido com um tiro na cabeça em 12 de dezembro, em Daca, por um homem que alegadamente fugiu para a Índia.
A violência registada após a confirmação da morte do ativista foi o culminar de uma semana de tensões diplomáticas com a Índia, que reavivaram um sentimento anti-indiano nas ruas.
As tensões começaram depois de Daca ter acusado Nova Deli de acolher no exílio a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina e de lhe permitir fazer apelos para desestabilizar o país antes das eleições de fevereiro, acusações que a Índia negou.
Durante os protestos de quinta-feira, grupos de manifestantes assaltaram as sedes em Daca dos jornais Prothom Alo e The Daily Star, que acusam de manter uma postura favorável à Índia.
Os manifestantes provocaram incêndios e danos materiais que forçaram a intervenção dos serviços de emergência e motivaram um apagão mediático.
A hostilidade face à Índia, alimentada pela retórica de Hadi sobre a "hegemonia indiana", originou também o encerramento instalações diplomáticas em duas cidades do Bangladesh.
O centro de pedidos de vistos da Índia confirmou o encerramento por tempo indeterminado das instalações em Rajshahi (noroeste, junto à fronteira dos dois países) e em Khulna (sudoeste).
O porta-voz indiano disse que cerca de duas dezenas de jovens se concentraram no sábado junto à embaixada do Bangladesh em Nova Deli para protestar contra o assassinato do hindu e exigir a proteção das minorias.
Segundo Jaiswal, não ocorreram distúrbios e a segurança foi reforçada nos últimos dias na sede diplomática na capital indiana.
A ONU e as organizações não-governamentais (ONG) Amnistia Internacional e Human Rights Watch expressaram preocupação pelo assassinato de Hadi e pela violência no Bangladesh.
As Nações Unidas e as duas ONG temem que a instabilidade ameace as eleições previstas para fevereiro, que deverão consolidar a transição democrática do país asiático.
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