Irão considera que vontade de Trump pela paz contradiz ações hostis
- 14/10/2025
"Como é possível, no meio de negociações políticas, atacar áreas residenciais pacíficas e instalações nucleares de um país, matar mais de mil pessoas, incluindo mulheres e crianças inocentes, e depois fingir falar sobre paz e amizade", questionou o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano em comunicado.
O Ministério enfatizou que a disponibilidade do presidente dos EUA para promover a paz e o diálogo "contradiz as ações hostis e criminosas do seu país contra o povo iraniano", referindo-se aos ataques norte-americanos às centrais nucleares em junho.
"Os iranianos, fazendo uso da sua rica cultura e herança histórica, são pessoas de razão, diálogo e interação, e ao mesmo tempo agem com coragem e determinação em defesa da independência, da dignidade nacional e dos interesses supremos do Irão", é referido na nota.
O Irão reagia assim às declarações de Donald feitas na segunda-feira perante o Parlamento israelita (Knesset), de que, após o fim da guerra em Gaza, existe uma oportunidade para assinar um acordo de paz com o Irão.
O líder republicano afirmou que "será fácil" chegar a um acordo de paz com o Irão se o conflito com a Rússia for resolvido primeiro, referindo-se à guerra na Ucrânia.
O presidente dos EUA referiu ainda as sanções dos EUA e das Nações Unidas contra Teerão pelo seu programa nuclear e afirmou que gostaria de levantar as sanções ao Irão quando este estiver "pronto para falar".
"Adorava suspender as sanções quando estiverem prontos para falar, pois não podem realmente sobreviver com estas sanções. São sanções muito severas", disse.
O Irão e os EUA realizaram cinco rondas de negociações nucleares de abril a junho, quando Israel lançou uma guerra contra o Irão, atacando instalações militares, nucleares e civis, causando mais de mil mortos.
Teerão respondeu com lançamentos de mísseis e drones, causando cerca de 30 mortos em Israel.
Os EUA envolveram-se no conflito com bombardeamentos contra as três principais centrais nucleares do Irão a 22 de junho, dois dias antes do cessar-fogo.
Teerão chamou-lhe "traição à diplomacia" e em retaliação, atacou uma base aérea no Qatar, onde estão posicionadas tropas norte-americanas.
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