Israel acusa Ursula von der Leyen de atuar de "má-fé"
- 16/09/2025
Na carta, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, acrescenta que a decisão da foi tomada "sem respeitar os prazos e protocolos previstos para este tipo de medidas".
Um dia antes de o Colégio de Comissários aprovar um pacote de medidas relativas a Israel, em represália pela ofensiva militar na Faixa de Gaza, Saar advertiu que "a pressão através de sanções não funcionará" e considerou "profundamente preocupante" que Ursula von der Leyen avance com medidas que "na prática, dão poder a uma organização terrorista", como considera o Hamas.
"Constitui uma clara tentativa de prejudicar Israel enquanto continuamos a travar uma guerra imposta pelo ataque terrorista de 07 de outubro [de 2023]", lamentou Saar, acusando a líder do executivo comunitário de atuar contra "o espírito" do acordo ao tentar aprovar medidas "sem aviso prévio" nem consultas no quadro do Conselho de Associação.
Na carta, da qual incluiu cópia ao secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, à Alta Representante da Política Externa da UE, Kaja Kallas, e aos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27, Saar afirmou que a proposta de Von der Leyen "está repleta de falsas acusações e lacunas jurídicas" e "ignora por completo a informação fornecida por Israel".
Considerou "obsceno" que Bruxelas acuse Israel de violar os direitos humanos, defendendo que o país respeita em todo o momento o Direito Internacional, e lembrou que qualquer decisão em matéria comercial "requer unanimidade", ou seja, o aval dos 27 Estados-membros do bloco.
"A presidente [da Comissão Europeia] e a UE tentam contornar as próprias regras para aprovar, por motivos políticos, uma medida de política externa", disse o chefe da diplomacia israelita, evocando ainda o Holocausto para apelar à "responsabilidade histórica europeia" perante o povo judeu.
Além do plano para suspender o acordo comercial, Von der Leyen anunciou igualmente a suspensão do apoio bilateral a Israel e o bloqueio de todos os pagamentos nessas áreas, bem como sanções contra ministros extremistas e colonos violentos e ainda a criação de um Grupo de Doadores para a Palestina, que incluirá um instrumento específico para a reconstrução de Gaza.
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