Israel quer direito de veto sobre membros de força internacional em Gaza
- 27/10/2025
De acordo com o plano do presidente Donald Trump, no qual se baseia o acordo de cessar-fogo entre Israel e o movimento radical palestiniano Hamas, uma força internacional de estabilização, composta principalmente por tropas de países árabes e muçulmanos, será enviada para Gaza à medida que o exército israelita se retira do enclave.
"Deixamos (...) claro, em relação às forças internacionais, que Israel decidirá quais as forças que são inaceitáveis para nós", declarou Netanyahu, que se opôs ao envio de forças da Turquia, um país com laços estreitos com o Hamas.
"Somos um Estado independente", insistiu perante os seus ministros. "A nossa política de segurança está nas nossas mãos".
Na sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, disse que os membros da força internacional "devem ser pessoas ou países com os quais Israel se sinta confortável", depois de uma fonte do Ministério da Defesa turco ter relatado discussões sobre a participação turca.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor a 10 de outubro, prevê, além do cessar-fogo, a libertação de todos os reféns, vivos e mortos, a retirada parcial do exército israelita de Gaza e a distribuição pelas Nações Unidas de ajuda humanitária em Gaza.
O Hamas libertou todos os 20 reféns vivos a 13 de outubro, mas até agora só entregou 15 dos 28 corpos, alegando dificuldades em encontrar restos mortais no território devastado pela ofensiva de retaliação israelita.
Hoje, antes do amanhecer, veículos e camiões egípcios que transportavam equipamento pesado de construção entraram em Gaza e seguiram para Al-Zawayda (centro), onde ficarão sediados.
Shosh Bedrosian, porta-voz do gabinete de Netanyahu, confirmou que uma equipa técnica egípcia foi "autorizada a entrar para lá da linha amarela", que demarca a zona de Gaza controlada por Israel, "para procurar os [corpos dos] reféns".
"Não daremos à ocupação (israelita) uma desculpa para retomar a guerra. Novas áreas estarão acessíveis para a busca de alguns dos corpos" de reféns, declarou o negociador do Hamas Khalil al-Hayya.
Além do envio de uma força multinacional, as fases subsequentes do plano de Trump incluem a continuação da retirada israelita de Gaza, o desarmamento do Hamas e a reconstrução do território, entre outras.
O Hamas, que tomou o poder na Faixa de Gaza em 2007, recusou até agora considerar o desarmamento, embora Netanyahu queira expulsá-lo do território.
Na quinta-feira, o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, disse que a força internacional deve estar na linha da frente para garantir o desarmamento do Hamas.
"Gaza será desmilitarizada" e isso "será feito da forma mais fácil ou mais difícil", reiterou Bedrosian, reafirmando que Israel "exercerá um controlo total sobre a segurança de Gaza".
O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 68 mil mortos e cerca de 170.000 feridos na Faixa de Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.
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