'Lucy' coexistiu com outra espécie de Australopithecus mais primitiva

  • 27/11/2025

Esta é a principal conclusão de um estudo internacional liderado pelo paleoantropólogo Yohannes Haile-Selassie, diretor do Instituto de Origens Humanas da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos, cujos detalhes foram publicados na quarta-feira na revista Nature.

 

Em 2009, a equipa de Haile-Selassie descobriu oito ossos do pé de um antepassado humano no sítio arqueológico de Woranso-Mille, na região central de Afar, na Etiópia. Os restos mortais foram denominados de 'pé de Burtele'.

Por serem fósseis pós-cranianos (elementos abaixo do pescoço), não podiam ser atribuídos a nenhuma espécie.

No entanto, um novo estudo analisou-os e descobriu que pertencem à espécie Australopithecus deyiremeda, parente da espécie conhecida por 'Lucy', que caminhava sobre os dois pés e vivia nas árvores.

"Quando encontrámos o pé em 2009 e o anunciámos em 2012, sabíamos que era diferente da espécie de 'Lucy', Australopithecus afarensis, que é amplamente conhecida desde então", frisou Haile-Selassie.

"Mas ainda precisávamos de encontrar novos fósseis acima do pescoço que estivessem claramente associados ao pé, como um crânio, uma mandíbula ou dentes", acrescentou.

Em 2015, a equipa anunciou uma nova espécie, Australopithecus deyiremeda, mas não incluiu o pé nesta espécie.

No entanto, na última década, a descoberta de novos fósseis permitiu associar, com segurança, o pé de Burtele à espécie deyiremeda.

No novo estudo, a equipa descobriu que, embora seja do mesmo período, o 'pé de Burtele' é mais primitivo do que os pés da espécie conhecida como "Lucy", que era uma espécie "completamente bípede", explicou Haile-Selassie.

O 'pé de Burtele', pertencente ao Australopithecus deyiremeda, "que significa 'parente próximo' na língua Afar (...) tinha características mais primitivas e caminhava de forma bípede, mas a anatomia do seu pé indica que vivia em árvores", detalhou Lluís Gibert, geólogo da Faculdade de Ciências da Terra da Universidade de Barcelona (UB), citado pela agência Efe.

O A. deyiremeda tinha um dedo grande opositor, importante para escalar, mas no solo, caminhava direito, provavelmente impulsionando-se com o segundo dedo em vez do dedo grande, como fazem os humanos modernos.

Para os investigadores, isto significa que o bipedismo (a capacidade de andar de pé) nestes antepassados humanos primitivos se manifestava de diversas formas, e que a descoberta de espécimes como o 'pé de Burtele' demonstra que existiam muitas formas de andar sobre duas pernas e que um único método só surgiu em épocas posteriores.

A equipa analisou também o esmalte de oito dos 25 dentes de A. deyiremeda encontrados no sítio arqueológico para análise isotópica.

"A composição do seu esmalte dentário mostra que tinha uma dieta diferente, baseada mais em folhas e frutos do que em gramíneas. Era uma dieta semelhante à de espécies mais primitivas que viveram nesta região anteriormente", apontou Gibert, enquanto a espécie de Lucy tinha uma dieta mista, baseada em folhas e frutos de árvores, mas também em gramíneas.

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2895356/lucy-coexistiu-com-outra-especie-de-australopithecus-mais-primitiva#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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