M23 anuncia retirada de cidade estratégica congolesa de Uvira a pedido dos EUA

  • 16/12/2025

Corneille Nangaa, coordenador da Aliança do Rio Congo/Movimento 23 de Março (AFC/M23), coligação liderada pelo grupo rebelde, afirmou tratar-se de "uma medida unilateral de promoção da confiança para dar ao processo de paz de Doha a melhor oportunidade possível de alcançar soluções duradouras para o conflito".

 

"A AFC/M23 vai retirar unilateralmente as suas forças da cidade de Uvira, a pedido da mediação dos Estados Unidos", enfatizou Nangaa em comunicado.

O coordenador afirmou ainda que "a AFC/M23 insta os garantes do processo de paz a estabelecerem medidas adequadas para a gestão da cidade, incluindo a desmilitarização desta, a proteção da população e infraestruturas e a fiscalização do cessar-fogo através do destacamento de uma força neutral".

Nangaa fez o pedido após "experiências passadas", em que as Forças Armadas da RDCongo (FARDC) e as milícias aliadas Wazalendo tentaram "aproveitar as medidas de promoção da confiança da AFC/M23 para recuperar o controlo de território anteriormente perdido e atacar a população considerada simpatizante da Aliança".

A declaração foi divulgada depois de o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ter advertido, no sábado, que "as ações do Ruanda" no leste da RDCongo constituem "uma clara violação dos Acordos de Washington" e que os Estados Unidos "tomarão medidas para garantir que sejam cumpridas as promessas feitas ao Presidente" Donald Trump.

Uvira foi ocupada na passada quarta-feira pelo M23, um poderoso grupo rebelde apoiado pelo Ruanda, de acordo com a ONU e vários países ocidentais.

A cidade, localizada nas margens do lago Tanganica e na fronteira com o Burundi, serviu como sede do governo designado por Kinshasa em Kivu do Sul após a queda de Bukavu, capital provincial, nas mãos do M23 em fevereiro passado.

A ofensiva rebelde nesta região rica em minerais ocorre apesar de o Presidente congolês, Félix Tshisekedi, e o homólogo ruandês, Paul Kagame, terem assinado um acordo de paz, em 04 de novembro, em Washington, na presença de Donald Trump.

Desde então, Kinshasa e Kigali acusam-se mutuamente de violar o acordo de paz.

A assinatura do acordo de Washington soma-se aos esforços de mediação patrocinados pelo Qatar entre o Governo congolês e o M23, que assinaram um acordo-quadro em Doha em 15 de novembro para avançar rumo ao fim do conflito.

Cerca de 500 mil pessoas, incluindo mais de 100 mil crianças, estão deslocadas desde 01 de dezembro devido à escalada do conflito no leste da RDCongo, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no domingo.

A crise no leste do RDCongo agravou-se no final de janeiro, quando o M23 assumiu o controlo de Goma, capital da província de Kivu do Norte, e, semanas depois, de Bukavu.

O leste da RDCongo vive desde 1998 um conflito alimentado por grupos rebeldes e pelo exército, apesar da presença de uma missão de paz da ONU.

Leia Também: RDCongo e rebeldes assinam acordo de princípio para futuro pacto de paz

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2904935/m23-anuncia-retirada-de-cidade-estrategica-congolesa-de-uvira-a-pedido-dos-eua#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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