Maioria de países sem leis para proteger jovens LGBTI de 'bullying'

  • 05/11/2025

A organização não-governamental de defesa dos direitos desta comunidade disse que apenas seis Estados-membros da ONU adotaram legislação anti-'bullying' para proteger os jovens independentemente da orientação sexual, identidade de género, expressão de género e características sexuais (SOGIESC).

 

Embora tenha reconhecido que pelo menos um destes motivos é explicitamente mencionado nas leis de pelo menos 40 Estados-membros da ONU, a ILGA sublinhou que "isto representa apenas um quinto do mundo".

"Não importa onde iniciamos a nossa jornada, as crenças que nos guiam ou as vidas que podemos construir para as nossas famílias. A maioria das pessoas quer que os jovens tenham segurança durante o percurso de uma educação que lhes garanta um futuro", defendeu o diretor de Programas da ILGA World, Gurchaten Sandhu, em comunicado.

No entanto, para muitos, o 'bullying' tornou-se um grande obstáculo ao longo desse caminho e "quando os governos se recusam a agir" esses obstáculos mantêm-se nas vidas das pessoas, alertou.

"O 'bullying' prejudica a saúde mental dos estudantes LGBTI e reduz as suas perspetivas académicas e de emprego. As consequências aumentam os custos com a saúde e a assistência social", lembrou o responsável, referindo que a inação dos Estados "é má não só para os indivíduos LGBTI, mas para a sociedade como um todo".

Segundo dados da ILGA World, a maioria dos quadros de justiça dos países inclui leis sobre igualdade de tratamento para proteger contra o 'bullying' escolar.

"Fazem-no proibindo o assédio baseado no SOGIESC ou exigindo legalmente que as instituições de ensino incorporem o 'bullying' baseado no SOGIESC nos códigos de conduta e políticas", avançou.

Alguns incluíram o 'bullying' baseado no SOGIESC em leis que protegem especificamente as crianças como um grupo e, num caso (França), punem-no com prisão, referiu.

"Estas leis sugerem que os Estados conseguem compreender o 'bullying' escolar como uma forma muito particular de violência que não tem apenas os jovens como as principais vítimas, mas também como os principais perpetradores", concluiu o investigador da ILGA World Curro Peña Diaz.

"É por isso que, frequentemente, a justiça recorre a abordagens pedagógicas para educar os agressores e proporcionar reparação às vítimas dentro do sistema escolar, em vez de [aplicar] sanções criminais", acrescentou.

A organização congratulou-se ainda por alguns Estados-membros da ONU estarem a tomar medidas concretas para proteger os jovens LGBTI do 'bullying'.

"Nos últimos dois anos, o Chile, a Estónia e a Ucrânia discutiram propostas de lei" nesse sentido, enquanto "o Governo das Ilhas Salomão iniciou uma consulta pública para desenvolver uma política contra o 'bullying' que vise a orientação sexual dos alunos", nomeou a ILGA World.

Além disso, o Supremo Tribunal Federal do Brasil "decidiu que as autoridades educativas devem prevenir e combater o 'bullying' com base na orientação sexual e identidade de género como parte da sua obrigação legal de garantir a todos o direito à educação sem discriminação", elogiou.

"Incentivamos mais Estados a seguir estes caminhos promissores", sublinharam os cosecretários-gerais da ILGA World, Kimberly Frost e Yuri Guaiana.

"Temos de nos unir e defender leis que garantam que todos os jovens possam desfrutar de uma educação de alta qualidade que lhes permita perseguir os seus sonhos, sem exceções ou obstáculos", concluíram.

Leia Também: Portugal é 1 de 6 países das Nações Unidas com lei contra bullying LGBTI+

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2882849/maioria-de-paises-sem-leis-para-proteger-jovens-lgbti-de-bullying#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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