Mati, a turista espanhola assassinada na Indonésia, "morreu por asfixia"
- 18/09/2025
Matilde Muñoz, a turista espanhola de 72 anos assassinada durante um alegado assalto num hotel, na ilha de Lombok, da Indonésia, "morreu por asfixia", confirmou a autópsia.
De acordo com o relatório policial, citado pela agência de notícias Efe, a morte por asfixia "reforça a suspeita de que [Matilde Muñoz] terá sido vítima de violência".
"O exame revelou sinais de traumatismo craniano, cervical e torácico", acrescentou um comunicado da Polícia de Lombok Ocidental.
O cadáver de María Matilde Muñoz Carzola, conhecida como Mati, foi encontrado, a 30 de agosto, enterrado numa praia localizada a cerca de 500 metros do hotel onde estava hospedada, cerca de dois meses após ter sido dada como desaparecida.
Corpo foi mudado de sítio várias vezes até ser enterrado
Os suspeitos - um funcionário e um ex-funcionário do hotel, de 30 e 34 anos - revelaram que o corpo de Mati foi primeiro transferido do seu bungalow no hotel Bumi Aditya, na zona de Senggigi, para a divisão do gerador do hotel, onde permaneceu durante quatro dias.
Depois, o corpo foi colocado nas traseiras do hotel e em agosto foi levado para um terreno baldio fora do hotel.
De acordo com a polícia, "os restos mortais da vítima foram transferidos e enterrados na praia" a 24 de agosto, já depois de as autoridades começarem a investigar o desaparecimento.
Os suspeitos foram detidos no dia em que o corpo foi encontrado pelos crimes de "homicídio qualificado e roubo com violência". Segundo a polícia, ambos confessaram o crime, mas têm-se acusado mutuamente.
Apesar de os dois homens terem confessado o crime, a família de Mati acredita que há mais envolvidos. "Não são só os dois. Há mais pessoas envolvidas, acreditamos firmemente que sim", disse o sobrinho, Ignacio Vilariño, à agência de notícias espanhola Efe.
Antes de o corpo ser encontrado, a família já tinha considerado estar em causa um "crime clássico" e pediu às autoridades da Indonésia e à Interpol para intensificarem as investigações e ouvirem os funcionários do hotel onde estava hospedada, acreditando que estavam "envolvidos em tudo".
Segundo Vilariño, os funcionários e gerentes do hotel apresentaram contradições "tão evidentes que não deixam margem para dúvidas" de um possível envolvimento.
Na altura em que o desaparecimento foi denunciado, em meados de agosto, Nurmala Hayati, contabilista do alojamento, explicou que a espanhola deu entrada pela primeira vez no hotel por volta de "12 de junho" e que "prolongou a sua estadia" no estabelecimento a 2 de julho até ao dia 20 desse mês. A mulher pagou antecipadamente e disse que "ia para a praia".
"Depois disso, nunca mais a vi", disse à Efe.
"A 5 de julho, o pessoal do hotel disse-me que Matilde não tinha voltado desde 2 de julho. Enviei-lhe uma mensagem pelo WhatsApp, mas ela não a recebeu. Foi só no dia 6 [de julho] que ela respondeu a dizer que estava em Laos. Não lhe mandei mais mensagens", acrescentou Hayati.
No entanto, segundo o sobrinho, a mensagem enviada para o hotel continha erros ortográficos graves, que eram "atípicos dela". Uma mensagem semelhante foi enviada para o seu grupo de amigos, mas a família acredita que possa ser um álibi para os envolvidos.
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